IPCA-15 – Julho/16

IPCA-15 – Julho/16

IPCA-15 – Julho/2016

A inflação medida pelo IPCA-15 em julho ficou em 0,54% M/M, acima da projeção da SulAmérica Investimentos (0,50%) e da mediana das projeções do mercado (0,45%). A variação em 12 meses seguiu diminuindo, tendo passado de 8,98% A/A para 8,93% A/A, o menor nível desde jun/15. No ano, a variação acumulada é de 5,19%, contra 6,90% no ano anterior.

A inflação mais elevada que o esperado ocorreu devido a variação mais altas que as projetadas nos grupos Alimentação e bebidas (1,45% M/M) e Transportes (0,17% M/M, com alta maior que esperada na variação de preço de passagem aérea).

Em relação ao mês anterior a inflação ficou mais elevada (passou de 0,40% M/M para 0,54% M/M) devido ao fim da contribuição negativa do grupo Transportes (com menor queda no preço de combustíveis e alta nos preços de passagem aérea) e à maior contribuição positiva do grupo Alimentos (a variação no mês anterior de Alimentos havia sido de apenas 0,35%).

A alta nos preços de Alimentos era em parte esperada, sendo ocasionada pela elevação nos preços de commodities internacionais e preços internos de alimentos, devido à condições climáticas adversas no Brasil. Essa alta já estava sendo observada nos preços ao produtor, vistos no IGP-M. Essa alta, no entanto, já está diminuindo de tamanho, com dados mais recentes do IGP-M indicando variação menor de preços agrícolas e também com a inflação de alimentos no monitor diário de inflação FGV tendo atingido seu pico na primeira semana de julho.

A inflação de serviços não teve um recuo tão forte quanto nos últimos meses, tendo ficado estável em 6,8% A/A no dado que exclui passagem aérea e alimentação fora do domicílio. A inflação de bens industriais mostrou algum recuo, com a menor pressão cambial, mas ainda está elevada, tendo passado de 6,6% A/A para 6,4% A/A nos últimos dois meses. A inflação de preços administrados ficou negativa na margem em julho (-0,10% M/M), devido à queda no preço de energia elétrica em cidades como São Paulo e Curitiba. Ela ainda está bastante elevada em 12 meses (9,3% A/A), mas segue em queda. A inflação de alimentos foi na contramão dos outros grupos, tendo subido de 12,5% A/A para 13,4% A/A devido aos fatores mencionados acima.

A expectativa da SulAmérica Investimentos para o IPCA de julho foi revista para cima com as surpresas contidas no IPCA-15, de 0,35% M/M para 0,42% M/M. Isso não deve alterar o cenário de médio prazo de queda da inflação em 12 meses até o final do ano, mas ela deve terminar 2016 no patamar de 7,3% A/A.

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