IPCA-15 – Julho/17

IPCA-15 – Julho/17

IPCA-15 – Julho 2017

O IPCA-15 apurou deflação de 0,18% em julho, se constituindo no primeiro resultado negativo para o mês desde 2013, e o mais baixo desde setembro de 1998. O resultado mensal veio abaixo da mediana das projeções do mercado (-0,10%) e da estimativa da SulAmérica Investimentos (-0,11%). A inflação acumulada em doze meses pelo IPCA-15 encontra-se 2,78% (3,52% em junho), a menor variação acumulada nessa métrica desde 1999, quando registrou 2,64%.

No mês, o resultado do índice deveu-se a queda de 0,55% nos preços do grupo Alimentos e Bebidas; recuo de 0,64% em Transportes por conta da redução dos preços do etanol e gasolina; Artigos de Residência -0,55%. Esses três grupos foram responsáveis pela contribuição de -0,27 ponto percentual para o resultado negativo apurado pelo IPCA-15 no mês.

Entre os núcleos, destaque para as quedas de preços administrados (-0,18%) e serviços (-0,18%). Estes últimos registraram alta acumulada de 5,49% nos doze meses até julho (5,57% em junho). Excluindo-se passagens aéreas, o acumulado de serviço ficou em 4,61%.

O núcleo dos preços dos administrados deve voltar para o campo positivo, captando a incorporação dos efeitos altistas da bandeira amarela sobre a tarifa de energia elétrica, juntamento com a reversão de queda dos preços dos combustíveis. Quanto aos serviços, a tendência declinante deve permanecer, refletindo os efeitos defasados da distensão do mercado de trabalho.

O resultado do IPCA-15 reforça o processo de desinflação na economia, que deve se estender pelos próximos meses, apontando para um IPCA encerrando 2017 em torno de 3,0%, piso da meta inflacionária atual. Por outro lado, o resultado no mês, vindo abaixo das projeções do mercado, deve consolidar em 100% a probabilidade de corte de um ponto percentual na taxa básica de juros na reunião do Copom da semana que vem, apontando para um cenário de a Selic atingir 8% até o final do ano.

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