IPCA-15 – Julho/18

IPCA – 15 – Julho 2018

A inflação medida pelo IPCA-15 em julho ficou em 0,64% M/M, abaixo da projeção da SulAmérica Investimentos (0,70%) e da mediana de projeções do mercado (0,73%). A inflação em 12 meses subiu de 3,68% A/A em junho para 4,53% A/A em julho. A inflação acumulada nos primeiros 7 meses do ano é de 3,0%, contra 1,44% no mesmo período do ano anterior.

A alta nos preços em julho (0,64%) foi menor que a vista em junho (1,11%), com redução dos efeitos da paralisação dos caminhoneiros que ocorreu no final de maio e começo de junho. A inflação de Alimentação e bebidas diminuiu de 1,57% M/M em junho para 0,61% M/M em julho, com redução em especial nos alimentos nontradeables (de 6,31% para -7,93%) à medida em que a oferta desses produtos se normalizou.

Quase metade da alta da inflação em julho (0,31 pp) veio do grupo Habitação, que subiu mais em julho (1,99%) do que em junho (1,74%). Contribuiu para essa alta a energia elétrica (6,77%), que no IPCA-15 contabilizou a mudança da bandeira tarifária para vermelha 2 e os reajustes em algumas cidades, em especial São Paulo (mais de 15%).

A surpresa para baixo no IPCA-15 de julho é explicada pela menor variação de passagem aérea (45% contra expectativa de 51%) e Saúde, com queda nos preços de medicamentos (-0,22%) e variação baixa em Plano de Saúde (0,30% M/M, número que deve se repetir no IPCA de julho, mas que deve subir para 0,80% nos próximos meses, com o reajuste permitido da Anvisa sendo de 10% nesse ano).

As medidas de inflação subjacente permanecem baixas, mesmo com a inflação plena bem elevada. A variação de preços de bens industriais e serviços ficou em 0,07% M/M, contra 0,24% M/M no mês anterior, e permanece em torno de 2,6% A/A, patamar alcançado em maio. O núcleo de inflação por médias aparadas com suavização ficou em 0,34% M/M contra 0,41% M/M no mês anterior e está em 3,5% A/A.

A expectativa da SulAmérica Investimentos para o IPCA de julho é de 0,30% M/M. A inflação deve seguir reduzindo ao longo dos próximos 30 dias, com a diminuição dos efeitos da paralisação dos caminhoneiros. Os efeitos da desvalorização cambial sobre os preços ao consumidor parecem pequenos, sendo contidos pela alta ociosidade da economia. A expectativa da SulAmérica Investimentos para o IPCA de 2018 é de 4,1%.