IPCA-15 – Junho/17

IPCA-15 – Junho/17

IPCA-15 – Junho 2017

A inflação medida pelo IPCA-15 em junho ficou em 0,16% M/M, acima da mediana das expectativas do mercado (0,11%) e da projeção da SulAmérica Investimentos (0,08%). A inflação acumulada no primeiro semestre foi de 1,62%, a menor na série histórica do IPCA para os seis primeiros meses de um ano e bem abaixo que os 4,62% do mesmo período do ano anterior. Em 12 meses a inflação seguiu recuando, passando de 3,77% A/A em maio para 3,52% A/A em junho, o menor patamar desde jun/07.

A inflação ficou acima do esperado em junho devido à variações maiores que o esperado em Alimentação e bebidas, Habitação e Transportes. O grupo Alimentação e bebidas ainda teve queda forte (de -0,47% M/M), mas menos intensa que a esperada (-0,70%). O grupo Habitação teve alta de 0,93% M/M contra expectativa de 0,73% M/M, com alta no preço de energia elétrica (mesmo com a diminuição da bandeira vermelha para bandeira verde, o retorno dos preços ao normal depois do reembolso dos custos de Angra 3 prevaleceu, assim como reajustes anuais de preços em algumas cidades, como Recife). O grupo Transportes teve queda de -0,10%, menor que a esperada (-0,15%) devido à uma queda menor dos preços dos combustíveis (-0,37% na gasolina enquanto os preços da ANP apontavam para queda acima de -1,0%).

A queda na inflação em 12 meses segue ocorrendo em todas as categorias de uso, mas mais concentrada em algumas. Segue havendo uma queda muito forte no preço de Alimentação no domicílio, que passou de 10,1% A/A no final do ano passado para 0,7% A/A agora. A inflação de bens industriais também diminuiu bastante, de 5,1% A/A para 1,9% A/A nesse período. Essas duas categorias foram bastante influenciadas pela valorização cambial e pela recessão, sendo que a de alimentação também foi afetada pela safra recorde (aumento de 30% na oferta de grãos esse ano).

Houve queda mais lenta na inflação nas duas outras categorias de uso. Os preços administrados passaram de 3,89% A/A em maio para 3,82% A/A em junho e os serviços de 5,58% A/A para 5,80% A/A. Esses dois grupos estão abaixo do que estavam no começo do ano, mas a variação não é tão forte quanto nos alimentos e bens industriais (administrados passaram de 5,62% para 3,82% e serviços de 6,6% para 5,8%).

Mesmo com a surpresa para cima, a inflação deve seguir caindo no restante do mês, à medida que os efeitos da diminuição de preços de energia elétrica e gasolina sejam computados em sua plenitude. A expectativa anterior da SulAmérica Investimentos para o IPCA de junho era de -0,15% e foi reduzida para -0,11% após a divulgação do IPCA-15 e do IPC-S 3ª semana. O IPCA deve seguir caindo na comparação em 12 meses, chegando a um patamar abaixo de 3,0% A/A em agosto, e deve subir depois, terminando o ano entre 3,4% e 3,6%.

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