IPCA-15 – junho

IPCA-15 – junho

IPCA-15 de Junho

A inflação medida pelo IPCA-15 de junho ficou em 0,47% M/M, acima da projeção da SulAmérica Investimentos (0,33% M/M) e da mediana das projeções do mercado (0,42% M/M). A inflação acumulada em 12 meses segue subindo, tendo passado de 6,31% A/A em maio para 6,41% A/A em junho.
A inflação de junho foi menor do que a de maio na comparação M/M (0,47% contra 0,58%), devido à desaceleração dos grupos Alimentação e bebidas, Habitação e Saúde. Nesses grupos cabe destacar a queda dos preços de alimentos in natura, a queda da tarifa de água em São Paulo e o menor aumento das tarifas de energia elétrica (reajustes concentrados em abril e maio), e o menor reajuste dos preços de remédios (que foi autorizado em abril e concentrado em abril e maio), respectivamente.
As surpresas em relação à expectativa ficaram nos grupos de Despesas Pessoais (maior aumento de diversos itens, muitos relacionados à copa do mundo, como hotéis, boates, etc) e Transportes (com aumento expressivo nos preços de passagens áreas, concentrado em cidades que sediam jogos de copa do mundo). Além disso, a desaceleração dos preços de Alimentação e bebidas ficou aquém da esperada, com os preços de alimentos tradeables ainda se mantendo elevados.
A inflação de preços livres (excluindo o volátil item passagem aérea) está em 7,0% A/A, tendo desacelerado em relação ao pico do ano passado (8,4% A/A em jun/13), porém tendo subido nos últimos meses (havia chegado a 7,3% A/A em dez/13 e 6,6% A/A em mar/14). O aumento dos preços livres nos últimos meses se deu em alimentação, em especial nos itens comercializáveis. É esperado que a queda nos preços das commodities internacionais e a valorização do real nos últimos meses tenha algum efeito sobre esses preços, levando a uma queda na inflação desses itens em 12 meses, porém isso até agora não se concretizou. Os outros componentes da inflação de preços livres seguem bastante pressionados, com a inflação de serviços (excluindo alimentação fora do domicílio e passagem aérea) seguindo em trono de 8,5% A/A e a inflação de bens industriais em 5,0% A/A. A inflação de preços administrados deve subir ainda mais nesse ano, tendo chegado a 4,12% A/A em jun/14 e devendo terminar o ano acima de 5,0% A/A.
O IPCA deve terminar o ano em torno de 6,5%, no teto da meta, sendo que ele já acumula alta de 3,99% nos primeiros 6 meses do ano. Isso é mais do que foi visto em 2013 (3,45%) e é um nível parecido com o visto em 2011 (4,10%). Deve-se lembrar que, mesmo com uma grande desaceleração da atividade econômica em 2011 (crescimento zero do PIB em todo o segundo semestre), a inflação daquele ano (medida pelo IPCA-15) ficou em 6,56%. Dessa forma, mesmo o risco de forte desaceleração na economia nesse ano parece ser insuficiente para evitar uma inflação em torno de 6,5% para o IPCA.
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