IPCA-15 – Maio/16

IPCA-15 – Maio/16

IPCA-15 Maio/2016

A inflação medida pelo IPCA-15 em maio foi de 0,86% M/M, acima da projeção da SulAmérica Investimentos (0,70%) e da mediana das projeções do mercado (0,77% segundo a Bloomberg), tendo ficado também acima da maior projeção coletada (0,82%). Em 12 meses a inflação voltou a subir, após ter caído nos meses anteriores, tendo passado de 9,34% A/A para 9,62% A/A. A inflação acumulada nos cinco primeiros meses do ano é de 4,21%, cerca de 1 ponto menor que a do mesmo período de 2015 (5,23%).

O IPCA-15 de maio veio acima do visto em abril (0,51% M/M), com a aceleração ocorrendo em especial nos grupos Habitação (de -0,41% para 0,99%, responsável por 0,21 pp dos 0,35 pp de alta entre os meses) e Saúde (de 1,32% para 2,54%, responsável por 0,14 pp dos 0,35 pp de alta entre os meses). O aumento no grupo Habitação decorreu da variação menos negativa de energia elétrica residencial (com o fim do efeito da mudança das bandeiras tarifárias) e da variação bem positiva de água e esgoto (decorrente do fim do bônus da Sabesp em São Paulo). O aumento no grupo Saúde decorreu dos preços de remédios, que ainda estão subindo devido ao reajuste recorde concedido (de 12,5%), sendo que eles já subiram mais de 9,0% em 2 meses).

A maior parte da alta da inflação em maio, dessa forma, se concentrou nos preços administrados (eletricidade, remédios, água e esgoto), que subiram 1,45% M/M, também interrompendo sua trajetória de queda (a inflação de administrados em 12 meses subiu de 10,81% A/A para 11,42% A/A). Mas a inflação de preços livres também subiu, tanto na comparação M/M (de 0,62% para 0,67%), quanto na A/A (de 8,88% para 9,06%). O aumento na inflação de preços livres ocorreu em especial na inflação de serviços, que na comparação M/M passou de 0,32% para 0,54% e na A/A de 7,24% para 7,65%. A queda forte na inflação de serviços vista nos meses de março e abril não seguiu ocorrendo no mês de maio, mesmo com o aumento na taxa de desemprego.

O IPCA-15 surpreendeu para cima em maio, alterando também a projeção da SulAmérica Investimentos para o fim do mês (de 0,70% para 0,78%). A inflação deve ficar menor nos próximos meses, com menor alta de administrados, mas o fato de a inflação de serviços ter voltado a subir pode preocupar um pouco mais a autoridade monetária, diminuindo o ímpeto para cortar os juros muito rapidamente (tornando menos provável uma queda na reunião de junho, por exemplo).

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