IPCA-15 Maio/2014

IPCA-15 Maio/2014

IPCA-15 Maio/14

A inflação medida pelo IPCA-15 em maio foi de 0,58% M/M, vindo acima da mediana das projeções do mercado (0,56% M/M) e um pouco abaixo da expectativa da SulAmérica Investimentos (0,59% M/M). A inflação diminuiu na comparação M/M em relação aos números anteriores (0,78% em abril), movimento que deve prosseguir ao longo dos próximos meses devido à sazonalidade. Mesmo com essa queda na variação M/M, no entanto, a variação A/A subiu entre abril e maio (de 6,19% para 6,31%) e deve seguir subindo nos próximos meses, uma vez que os números de inflação mensal da metade do ano passado foram muito baixos (devido a queda nas tarifas de ônibus e preços de alimentos).

A maior contribuição para a queda da inflação mensal entre abril e maio veio do grupo Alimentação e bebidas, cuja variação diminuiu de 1,84% M/M para 0,84% M/M. A inflação desse grupo deve diminuir ainda mais nos próximos meses, sendo afetada pelos fatores sazonais, que normalmente levam os preços dos alimentos não comercializáveis com o exterior a diminuírem na metade do ano. Os preços de alimentos comercializáveis também terão algum alívio nos próximos meses, fruto da valorização do câmbio vista nos últimos dois meses. A valorização cambial também deve ajudar a inflação de bens industriais a diminuir mais intensamente nos próximos meses. Até agora a variação dos preços de bens industriais está diminuindo de forma muito gradual, fazendo a inflação A/A permanecer no patamar de 5,0% A/A, muito elevado em comparação com a série histórica.
Mesmo com a ajuda dessas duas categorias, a inflação deve permanecer elevada devido aos preços de serviços e administrados. Os preços administrados, em especial, estão subindo bastante, reflexo dos reajustes de tarifas de energia elétrica (em torno de 15% até agora para a maioria das distribuidoras). Os preços de serviços seguem com variação estável em torno do elevado patamar de 8,4% A/A quando se exclui o efeito das voláteis passagens aéreas (que foram responsáveis por uma queda de 0,11 pp no IPCA total, com variação de -21% M/M). Os núcleos de inflação também estão elevados, encontrando-se em 0,58% M/M em média, condizentes com uma inflação entre 6,0% e 7,0% A/A e não se aproximando de 4,5% A/A.
A inflação mais baixa no mês em relação aos meses anteriores deve ser usada como argumento pelo Banco Central para interromper o ciclo de alta na reunião do COPOM no final do mês. A inflação A/A, no entanto, deve seguir pressionada nos próximos meses, podendo chegar próxima de 7,0% A/A em setembro e mostrando que a inflação está longe de ser controlada e de estar convergindo para o centro da meta (4,5%).
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