IPCA-15 – Maio

IPCA-15 – Maio

IPCA-15 – Maio

22/05/13

O IPCA-15 de maio mostrou variação de 0,46% M/M, um pouco abaixo da mediana das expectativas coletadas pela Bloomberg (0,49%) e igual à projeção da SulAmérica Investimentos (0,46%). O IPCA-15 mostra redução em relação ao valor visto no IPCA-15 de abril (0,51%) e no IPCA de abril (0,55%). Em 12 meses, o IPCA-15 acumulou variação de 6,46% em maio, um pouco abaixo da vista em abril (6,51%), mas ainda bem próxima do teto da meta de inflação (6,50%).

Uma das grandes fontes de preocupação com a inflação era quão disseminada ela estava no começo do ano. O índice de difusão, que mede quantos subitens do IPCA-15 mostram variação positiva, havia chegado a 73% em janeiro de 2013, porém ele mostrou substancial redução em maio, para 61,4%.

É importante, no entanto, lembrar que há um grande componente sazonal nesse comportamento do índice de difusão. Em parte porque a maior quantidade de alimentos dentre os subitens faz com que a sazonalidade presente neles se reflita no índice de difusão e em parte porque uma boa parte dos preços é reajustada na virada do ano. Observando o índice de difusão que mede quantos subitens estão com variação anualizada acima de 4,5%, e tentando retirar-se os efeitos sazonais mencionados acima, ainda assim é possível ver uma redução no índice de difusão.

Observando-se os núcleos, é possível perceber também uma redução em relação à variação do começo do ano. No entanto, a variação mensal dos núcleos ainda está longe do patamar de 4,5% anualizado (em torno de 0,37% M/M), sendo condizente ainda com inflação de 6,0% anualizada.

Dentre os grupos que compõem o IPCA, pode-se observar uma variação bem menor de Alimentação e bebidas (0,47% M/M em maio contra 1,00% em abril), que foi compensada em parte pela variação maior em Saúde (1,30% em maio contra 0,63% em abril). O grupo Alimentação e bebidas está com variações menores devido a fatores sazonais e dissipação dos choques de oferta que levaram aos números muito elevados do começo do ano. Nos itens que compõem a alimentação fora do domicílio, houve inflação bem menor nos itens nontradeables (não comercializáveis), em linha com a expectativa de dissipação dos choques de oferta que deve se aprofundar nos próximos meses.

A inflação de preços administrados teve variação maior em maio (0,43% M/M) do que em abril (0,33% M/M). Em 12 meses esses preços seguem com variação muito baixa, em torno de 1,6% A/A, devido à queda das tarifas de energia elétrica do começo do ano e ao adiamento do reajuste das tarifas de transporte urbano em certas cidades. Essas últimas tarifas devem subir em junho, o que deve fazer o IPCA administrados ficar no patamar mais próximo do que deve ser visto no final do ano (2,3%). Esse aumento de tarifas também deve fazer o IPCA como um todo ficar mais elevado em junho do que em maio, levando o IPCA em 12 meses a ultrapassar o teto da meta (situando-se em 6,7% de acordo com as projeções da SulAmérica Investimentos).

A inflação do IPCA no segundo semestre de 2013 deve recuar na comparação em 12 meses, devendo terminar o ano entre 5,7% e 5,8%, na ausência de mais choques de oferta. Entretanto, ainda há fatores que fazem a inflação no médio prazo ficar acima do centro da meta (4,5%). Um deles é a inflação de serviços, que segue em torno de 8,0% A/A e que deve recuar mais apenas quando a taxa de desemprego subir mais.

Topo