IPCA-15 – Março/16

IPCA-15 – Março/16

IPCA-15 Março/2016

A inflação medida pelo IPCA-15 em março ficou em 0,43% M/M, abaixo da projeção da SulAmérica Investimentos (0,60%), da mediana das projeções do mercado (0,54%) e até mesmo da menor projeção coletada pela Bloomberg (0,44%). Com esse número, a inflação acumulada em 12 meses recuou para 9,95% A/A, voltando ao patamar de um dígito, o que não ocorria desde out/15.

Em relação ao IPCA-15 de fevereiro (1,42% M/M), ocorreram reduções na maior parte dos grupos, com destaque para Alimentação e bebidas (de 1,92% para 0,77%), Educação (de 5,91% para 0,67%), Transportes (de 1,65% para 0,45%) e Habitação (de 0,40% para -0,52%). Esses grupos foram responsáveis por 0,89 pp dos 1,00 pp de queda da inflação entre um mês e outro.

Em relação às expectativas, as maiores surpresas ocorreram em Despesas Pessoais, Alimentação e bebidas e Habitação.

A inflação de preços administrados foi negativa no mês (-0,17% M/M), o que já era esperado, dada a queda nos preços de energia elétrica e telefonia. A inflação de preços livres foi surpreendentemente baixa (0,62% M/M, contra 0,74% M/M em mar/15), fazendo a inflação de livres em 12 meses recuar de 9,1% A/A para 9,0% A/A.

A inflação menor de preços livres aconteceu tanto nos preços tradeables quanto nontradeables, mas a queda foi mais intensa no segundo caso (de 1,66% para 0,34%) do que no primeiro (de 1,17% para 0,96%). A menor variação dos preços nontradeables decorreu tanto de inflação menor nos serviços (que já passaram de 8,1% A/A para 7,8% A/A) quanto nos alimentos nontradeables (que passaram de 25% A/A para 20% A/A). A inflação dos tradeables, pro sua vez, ficou mais alta na comparação A/A, com aumento tanto nos alimentos tradeables (de 12,7% A/A para 13,3% A/A) quanto nos bens industriais (de 6,8% A/A para 6,9% A/A). A menor inflação nos nontradeables está relacionada aos efeitos da recessão e do aumento de desemprego, enquanto a inflação dos tradeables ainda é afetada pela depreciação cambial passada. A medida que o tempo passa, é esperado que a inflação de tradeables responda à apreciação cambial mais recente e também aos efeitos desinflacionários da recessão.

A expectativa da SulAmérica Investimentos para o IPCA de março foi reduzida de 0,55 para 0,46. Com isso, o IPCA no final do ano deve ficar pouco abaixo de 7,0%.

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