IPCA-15 Novembro/15

IPCA-15 Novembro/15

IPCA-15 Novembro/2015

A inflação medida pelo IPCA-15 em novembro ficou em 0,85% M/M, ligeiramente abaixo da mediana do mercado (0,86%) e acima da projeção da SulAmérica Investimentos (0,81%). A inflação em 12 meses ultrapassou a barreira dos dois dígitos, alcançando 10,28% em novembro, maior nível desde novembro/03 (12,69%). A inflação acumulada no ano já é de 9,42%, a maior desde 1996 (quando alcançou 9,70%).

Houve aceleração tanto na inflação de administrados (de 1,13% para 1,32%) quanto na inflação de livres (de 0,51% para 0,70%). O aumento na inflação de administrados ocorreu em especial devido ao reajuste da gasolina, maior aumento de energia elétrica e reajuste de ônibus urbano. A inflação de administrados em 12 meses já alcançou 18,03%, mas deve recuar no final do ano, uma vez que o dado de dezembro/14 continha aumento de preço de gasolina e diesel (que nesse ano se deu em outubro).

A inflação de preços livres subiu de um mês para outro, com aumento em especial nos bens tradeables (de 0,72% M/M para 1,07% M/M, com a inflação em 12 meses subindo de 6,68% A/A para 7,54% A/A, maior nível desde novembro/08). O aumento da inflação tradeables se deve à forte depreciação cambial vista ao longo dos últimos meses, que agora começa a ter efeito sobre os preços, em especial de alimentos (cuja parcela tradeable teve aumento de inflação em 12 meses de 10,12% A/A para 10,89% A/A) e bens industriais (variação passou de 4,91% A/A para 5,38% A/A, maior nível desde agosto/05).

Os preços nontradeables subiram menos entre outubro e novembro (de 0,33% M/M para 0,38% M/M) e chegaram até a cair na variação em 12 meses (de 8,50% A/A para 8,38% A/A, o quarto mês seguido de queda). A recessão e o forte aumento do desemprego estão por trás dessa desaceleração, mas ela tem se mostrado menos intensa que o esperado, devido à inércia e à desancoragem das expectativas de inflação. A inflação de serviços chegou até a subir no acumulado em 12 meses entre outubro e novembro (de 8,40% A/A para 8,45% A/A), mesmo com queda no preço da passagem aérea. Houve aumento na inflação de alimentação fora do domicílio (de 11,02% A/A para 11,14% A/A) e dos outros serviços (de 7,85% A/A para 7,91% A/A). Os alimentos nontradeables tiveram alta até que moderada no mês (0,98% M/M), com o fim da sazonalidade negativa, mas essa alta deve se intensificar no IPCA cheio devido à problemas climáticos em diversas regiões do país.

A inflação deve seguir pressionada na medição do IPCA de novembro e de dezembro. A expectativa da SulAmérica Investimentos é de que o IPCA de novembro alcance 0,86% M/M e o de dezembro fique em 0,79% M/M. Com isso, o IPCA deve ficar acima de 10% nos dois meses finais do ano, terminando 2015 em 10,33%. A forte recessão deve colocar alguma pressão de baixa na inflação no ano que vem, mas ela deve ser insuficiente para compensar o efeito da inércia e de novos reajustes de preços administrados. Dessa forma, aumentam as chances de a inflação do ano que vem ficar acima do teto da meta (6,50%). A projeção da SulAmérica Investimentos para 2016 é de IPCA de 7,20%.

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