IPCA – 15 – Setembro18

IPCA – 15 – Setembro18

IPCA-15 – Setembro 2018

A inflação medida pelo IPCA-15 em setembro ficou em 0,09% M/M, abaixo da mediana de expectativas do mercado (0,18% segundo a Bloomberg) e da projeção da SulAmérica Investimentos (0,10%). A variação do IPCA-15 em setembro foi mais baixa que no ano anterior (0,11%) e é a mais baixa desde set/06 (quando foi 0,05%). A variação acumulada no ano é de 3,23%, acima da vista no mesmo período do ano passado (1,90%). Em 12 meses, o IPCA-15 recuou ligeiramente, de 4,30% A/A para 4,28% A/A.

O IPCA-15 de setembro ficou mais baixo que o de agosto (0,13%) devido à redução na variação de preços de Alimentação e bebidas (de 0,03% M/M para -0,41% M/M, o único grupo que teve deflação) e Habitação (de 1,10% M/M para 0,30% M/M). A queda nos preços de alimentos foi generalizada, enquanto a queda nos preços de habitação decorreu do menor aumento de energia elétrica.

O principal grupo que mostrou alta (mais do que compensada pela queda em outros) foi Transportes, que passou de -0,87% M/M em agosto para 0,21% M/M em setembro. Os preços de passagem aérea foram os maiores responsáveis por isso, ao variarem de -26% M/M para +17 M/M. Os preços de combustíveis também ajudaram nesse movimento, com menor queda nos preços de gasolina e etanol, e alta no preço do diesel.

Em relação às categorias de uso, houve pouca mudança nos grupos mais correlacionados com a inflação subjacente. Os preços de serviços permaneceram em 3,3% A/A e o de bens industriais em 1,5% A/A. Houve aumento nos preços de alimentação dentro do domicílio (de 0,7% A/A para 1,6% A/A), compensada pela queda nos preços administrados (de 10,6% A/A para 10,0% A/A).

Os núcleos de inflação seguem bem comportados, mas com variação um pouco acima da vista no meio do ano. O núcleo por médias aparadas com suavização está em 3,70% A/A, contra 3,18% A/A em maio, enquanto o IPCA-EX2 está em 2,39% A/A contra 1,93% A/A em maio.

A inflação deve seguir subindo nas próximas medições. A depreciação cambial forte nos últimos meses, em especial agosto, deve se refletir de forma não uniforme nos preços dos próximos meses, impactando primeiro alguns preços de combustíveis e alimentos e só depois, caso o patamar de câmbio permaneça elevado, em preços de bens industriais. A expectativa da SulAmérica Investimentos para o IPCA de setembro é 0,35% M/M e para o IPCA de 2018 é de 4,5%.

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