IPCA – Abril/18

IPCA – Abril/18

IPCA – Abril 2018

A inflação medida pelo IPCA em abril ficou em 0,22% M/M, abaixo da projeção da SulAmérica Investimentos (0,29%) e da mediana de expectativas do mercado (0,28%). A variação acumulada nos primeiros quatro meses do ano é de 0,92%, abaixo do que foi vista no ano passado (1,10%) e a menor da série histórica. A inflação acumulada em 12 meses aumentou de 2,68% A/A em março para 2,76% A/A em abril, ainda assim estando no menor patamar desde out/17.

Em relação ao mês anterior, no qual o IPCA foi 0,09%, a aceleração ocorreu de forma bem disseminada, com 6 dos 9 grupos tendo inflação maior em abril do que em março. Houve inflação muito próxima em cada mês em dois casos (Alimentação e bebidas, que passou de 0,07% para 0,09%, e Habitação, de 0,19% para 0,17%) e apenas um grupo teve variação mais baixa (Educação, de 0,28% para 0,08%). A maior alta ocorreu no grupo Saúde, com o efeito do reajuste de remédios sendo concentrado nesse mês.

A surpresa para baixo em relação à projeção se concentrou no grupo Alimentação e bebidas, em especial no componente Alimentação fora do domicílio, que teve deflação de -0,22% M/M enquanto era esperado alta de 0,32% M/M. Isso contribuiu com 0,05 pp para o IPCA ficar mais baixo que o esperado.

Entre as categorias de uso, o destaque segue sendo a inflação de alimentos no domicílio, que segue em patamar bem negativo, tendo passado de -4,29% A/A em março para -4,68% A/A em abril. A inflação de serviços também segue diminuindo, tendo passado de 3,39% A/A para 3,46% A/A. Por outro lado, houve alta na inflação de preços administrados (de 7,06% A/A para 8,36% A/A, com alta em energia elétrica e combustíveis) e, de forma bem modesta, bens industriais (de 1,21% A/A para 1,28% A/A). Os preços livres em 12 meses atingiram seu mínimo histórico em abril, com variação de 0,98% A/A.

A inflação ao consumidor no Brasil segue surpreendendo para baixo, indicando grande ociosidade nos fatores de produção. A inflação em maio deve ser maior por conta de preços administrados (bandeira amarela na energia elétrica) e choques de oferta (aumento no preço de alguns alimentos e repasse cambial em alguns preços, como combustíveis). A projeção da SulAmérica Investimentos para maio é mantida em 0,36% M/M e 3,5% para o final do ano.

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