IPCA – Agosto/15

IPCA – Agosto/15

IPCA Agosto/15

A inflação medida pelo IPCA em agosto ficou em 0,22% M/M, próxima da projeção da SulAmérica Investimentos (0,23%) e da mediana das projeções do mercado (também 0,23%). A inflação acumulada em 12 meses caiu ligeiramente, de 9,56% sem julho para 9,53%.

A menor variação dos preços administrados contribuiu significativamente para a inflação mais baixa em agosto. A inflação de administrados foi 0,32% M/M em agosto, contra 1,17% M/M em julho e 1,89% M/M em média no primeiro semestre. A variação mais baixa de preços administrados deve prosseguir ao longo do restante do segundo semestre (a maior parte dos ajustes represados já foi feita), sendo um fator para esperar inflação mais baixa nesse período do que no primeiro semestre.

A inflação de preços livres também ficou bem menor em agosto (0,19% M/M) do que nos meses anteriores (0,45% M/M em julho e 0,73% em média no primeiro semestre). A principal contribuição para essa inflação de preços livres mais baixa veio dos preços de Alimentação, com queda nos preços de alimentos nontradeables (-3,70% M/M) e variação mais moderada do que nos meses anteriores em alimentos tradeables (0,50%) e alimentação fora do domicílio (0,57%).

Entretanto, as variações mensais dos preços de serviços e de bens industriais ficaram mais altas em agosto do que em julho. A inflação de serviços (excluindo passagem aérea e alimentação) ainda está num patamar abaixo do visto no final do ano passado (7,22% em 12 meses, contra 7,72%), mas subiu em relação aos dois meses anteriores (havia chegado a 6,71% em junho). A tendência para a inflação de serviços ainda é de queda no longo prazo (devido ao aumento do desemprego), mas o ritmo dessa queda está sendo um pouco frustrante em relação às expectativas.

A inflação de bens industriais em 12 meses subiu para 5,68% em agosto (contra 5,34% em julho e 4,56% em dezembro). A intensa recessão está diminuindo os repasses devido à depreciação cambial e aumento de impostos, mas não evitando-os.

A inflação brasileira entrou num período temporário de variações mensais baixa, com o IPCA de setembro também devendo ser baixo (a expectativa da SulAmérica Investimentos é de 0,35%). No entanto, a inflação deve voltar a subir para um patamar acima de 0,40% no final do ano, fazendo a inflação de 2015 terminar em 9,23% nas projeções da SulAmérica Investimentos. A depreciação cambial mais recente está sendo mais intensa que a queda de preços de commodities, sendo um fator de pressão inflacionária para o futuro, assim como a gradual desancoragem das expectativas de inflação após a piora das contas fiscais.

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