IPCA – Agosto/18

IPCA – Agosto/18

IPCA – Agosto 2018

A inflação medida pelo IPCA em agosto ficou em -0,09% M/M, abaixo da expectativa da SulAmérica Investimentos (0,00%) e da mediana de expectativas do mercado (também 0,00%). Essa deflação de agosto é a menor variação do IPCA para um mês de agosto desde 1998. A inflação acumulada no ano ficou em 2,85%, maior que a do ano anterior (1,62% no mesmo período). Em 12 meses a inflação recuou de 4,48% A/A para 4,19% A/A, ainda, no entanto, estando acima do patamar que se verificava antes da greve dos caminhoneiros e da depreciação cambial (2,85% A/A em maio).

As maiores contribuições negativas para o IPCA de agosto vieram dos grupos Transportes (-1,22% M/M) e Alimentação e bebidas (-0,34% M/M). Os principais preços em queda em Transportes foram passagem aérea (-26,12% M/M) e combustíveis (-1,86% M/M, taxa parecida com a do mês anterior, com continuidade de deflação de etanol e gasolina).

A deflação de Alimentação e bebidas foi mais intensa que a esperada pela SulAmérica Investimentos, com menor taxa de crescimento nos preços de Alimentação fora do domicílio (apenas 0,32% M/M) e deflação nos alimentos tradeables, mesmo com a depreciação cambial (-0,26% M/M).

A inflação de Habitação ainda foi positiva em agosto (0,44% M/m), mas em menor intensidade que no mês anterior (1,54% M/M). Os preços de energia elétrica respondem por esse movimento, com o fim da contabilização de reajustes em cidades importantes, como São Paulo.

A inflação de preços livres em agosto foi negativa (-0,17% M/M e 2,4% A/A) em grande parte devido aos preços de alimentos. A inflação restrita a bens industriais e serviços ficou em 0,15% M/M (contra -0,01% M/M no mês anterior) e permaneceu basicamente estável em 12 meses, ao redor de 2,5% A/A. Em relação às expectativas, no entanto, houve aumento maior que o esperado em alguns bens industriais, como Vestuário e Artigos de residência, podendo indicar repasse cambial um pouco mais cedo que o esperado.

Apesar da surpresa para baixo no IPCA de agosto, a perspectiva para o IPCA nos próximos meses é de alta. A depreciação cambial que ocorreu nas últimas semanas deve eventualmente afetar os preços ao consumidor, em especial se os agentes consideraram-na de caráter permanente e não transitório. Dessa forma, a expectativa da SulAmérica Investimentos é de alta de 0,35% M/M no IPCA de setembro e de 4,4% para o IPCA de 2018.

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