IPCA – Fevereiro

IPCA – Fevereiro

IPCA – Fevereiro

A inflação medida pelo IPCA ficou em 0,69% M/M em fevereiro, acima da mediana das expectativas do mercado (0,65%) e da projeção da SulAmérica Investimentos (0,64%). A variação acumulada em 12 meses do IPCA aumentou de 5,59% A/A em janeiro para 5,68% A/A em fevereiro.

A inflação em 12 meses dos preços livres caiu consideravelmente em relação ao patamar verificado no final do ano passado (7,3% A/A), tendo alcançado 6,3% A/A em fev/14. Boa parte dessa queda, no entanto, deve-se aos preços de Alimentação no domicílio (passou de 15,7% A/A em abr/13 para 4,5% A/A em fev/14). Isso reflete uma variação menor tanto dos preços de alimentos tradeables quanto de nontradeables (esses tiveram variação bem próxima de zero no acumulado em 12 meses até fev/14). Há indicativos, no entanto, de que esse período de inflação benigna nos alimentos pode estar próximo do fim. Os dados mais recentes de preços ao produtor indicam forte aumento nos preços agropecuários, que deve ser sentido nos próximos meses e que é resultado das condições climáticas adversas no Brasil.

A variação em 12 meses dos preços de serviços e de bens industriais (os outros componentes dos preços livres, junto com alimentos) ficou um pouco menor em fevereiro em relação a janeiro, porém ainda está em patamares bem elevados. A inflação de serviços (excluindo passagem aérea e alimentação fora do domicílio) está em 7,41% A/A, próxima do que é previsto para o final do ano. Já a inflação de bens industriais segue pressionada, em 5,99% A/A. Há algum espaço para queda adicional da inflação de bens industriais, mas não muito, devido a efeitos defasados da depreciação cambial.

A inflação de administrados, por sua vez, está aumentando nos últimos meses, tendo chegado a 3,70% A/A em fev/14, contra 1,52% em dez/13. Esse aumento deve-se à retirada da queda da tarifa de energia (que ocorreu em jan/13 e fev/13) do cálculo da inflação em 12 meses. A inflação de administrados deve seguir subindo ao longo do ano, havendo várias preços ainda mantidos em níveis baixos devido à decisões políticas (gasolina, energia elétrica).

O IPCA dos próximos meses deve ficar em patamar elevado, devido à novas pressões de preços de alimentos e à dificuldade de ocorrerem quedas em outros preços livres (em especial serviços). A inflação em 12 meses deve seguir subindo, havendo um risco considerável de ultrapassar o teto da meta em algum momento do 3º trimestre, antes de diminuir para terminar o ano entre 5,9% e 6,0%.

Topo