IPCA – Julho/15

IPCA – Julho/15

IPCA Julho/15

A inflação, medida pelo IPCA de julho, ficou ligeiramente acima das expectativas do mercado, com variação de 0,62% M/M contra mediana de projeções do mercado e projeção da SulAmérica Investimentos de 0,60% M/M.

Com essa variação mensal, a taxa de variação em 12 meses subiu de 8,89% A/A para 9,56% A/A. A variação em 12 meses deve seguir bastante elevada ao longo dos próximos meses, devendo terminar o ano ainda acima de 9,0% (9,25% A/A na projeção da SulAmérica Investimentos).

A inflação de julho foi abaixo da vista em junho (0,79% M/M), com o enfraquecimento vindo da maior parte dos grupos (as exceções foram Alimentação, Habitação e Artigos de Residência). Ainda assim, a inflação de jul/15 foi a maior para um mês de julho desde 2004, quando ela havia alcançado 0,91% M/M. A grande diferença em relação aos meses de julho dos anos anteriores foi no grupo Alimentação, que normalmente é negativo nesta época do ano.

Dentre as categorias de uso, o destaque continua sendo os preços administrados, novamente com variação mensal acima de 1,0% M/M devido ao reajuste de energia elétrica em São Paulo. A inflação dos preços livres diminuiu para 0,45% M/M (de 0,69% M/M no mês anterior), mas ainda permanece muito elevada na variação A/A (7,7% A/A). A inflação de alimentos e de bens industriais ainda segue bastante pressionada pelo efeito da desvalorização cambial passada. A tendência de queda na inflação de serviços foi temporariamente quebrada em julho devido a uma base de comparação muito baixa no ano anterior, mas deve prosseguir ao longo dos próximos meses, seguindo os efeitos do mercado de trabalho pior.

A expectativa da SulAmérica Investimentos é de que a inflação de agosto se enfraqueça mais em relação à de julho, devendo ficar em 0,34% M/M. A inflação do restante do ano deve, em média, ficar menor que a inflação do começo do ano, devido à menor pressão de preços administrados. Entretanto, a inflação não deve enfraquecer de tal forma a ficar próxima de 4,5%, devendo ficar acima de 5,5% em média na margem (em termos dessazonalizados). A projeção da SulAmérica Investimentos é de que a inflação termine o ano em 9,25% em 2015 e 5,7% em 2016. A recente desvalorização cambial pode colocar ainda mais pressão sobre determinados itens do IPCA, podendo levar a uma taxa mais alta de inflação no médio prazo.

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