IPCA – julho 2014

IPCA – julho 2014

IPCA – Julho 2014

A inflação medida pelo IPCA em julho foi de 0,01% M/M, abaixo da mediana das projeções do mercado (0,10%) e da expectativa da SulAmérica Investimentos (0,08%). Esse IPCA surpreendentemente baixo fez com que a variação em 12 meses caísse,, de 6,52% A/A no mês para 6,50% A/A, voltando a ficar no teto da meta.

A inflação ficou bem baixa em julho devido a variações negativas dos grupos Alimentação e bebidas (-0,15%), Vestuário (-0,24%), Transportes (-0,98%) e Comunicação (-0,79%). A grande surpresa em relação às projeções, no entanto, esteve no grupo Despesas Pessoais, que teve variação de 0,12%, contra 1,57% e 0,80% nos dois meses anteriores.

Houve inflação baixa na margem nas categorias de uso de Alimentos no domicílio (-0,51%), Bens industriais (0,10%) e Serviços (-0,05% no cálculo do BC, que inclui alimentação fora do domicílio e passagens aéreas, 0,10% no cálculo sem esses preços). Mas mesmo com essa variação menor na margem, a inflação em 12 meses dessas categorias seguiu elevada. No caso de alimentação ela até chegou a subir entre junho e julho (de 6,17% para 6,41%), o mesmo correndo com bens industriais (essa ainda estando no maior nível desde 2005, em 5,45% A/A). A inflação em 12 meses dessas categorias deve permanecer elevada mesmo com variações menores na margem nos próximos meses, mas os diversos fatores desinflacionários atuando sobre a economia no curto prazo (queda de preços de commodities agrícolas, taxa de câmbio sem tendência de depreciação, atividade econômica mais fraca) devem fazer com que a inflação em 12 meses não suba muito além do nível atual e termine o ano em torno de 6,3%.

A inflação mostra sinais de ficar relativamente baixa na margem ao longo dos próximos meses devido aos fatores desinflacionários mencionados anteriormente, porém ela deve subir nas divulgações até o final do ano (devido a fatores sazonais) e o nível da inflação em 12 meses deve permanecer elevado (e acima do centro da meta) até o final do ano. Ainda há pressões inflacionárias a serem sentidas, em especial no ano que vem, quando haverá mais um reajustamento de preços administrados. O dado do IPCA de julho, portanto, deve fazer o Banco Central ficar com mais confiança no seu cenário de que é possível levar a inflação para patamares mais baixos no médio prazo mantendo a taxa Selic constante em 11,00% por um período prolongado.

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