IPCA – Junho/17

IPCA – Junho/17

IPCA – Junho 2017

A inflação medida pelo IPCA de junho ficou em -0,23% M/M, abaixo da projeção da SulAmérica Investimentos (-0,19%) e da mediana das projeções do mercado (-0,19%). Essa é a menor inflação para um mês de junho na série histórica do IPCA, ficando abaixo da vista em jun/06 (-0,21%). A inflação acumulada no primeiro semestre de 2017 é 1,18%, também a menor da série histórica (o recorde anterior também era de 2006, 1,54%). A inflação em 12 meses recuou de 3,60% A/A em maio para 3,00% em junho, o menor patamar desde abr/07.

A maior contribuição para a inflação ter ficado menor em junho (-0,23) do que em maio (0,31) veio do grupo Habitação, que passou de +2,14% M/M para -0,77% M/M. Essa variação no grupo Habitação está relacionada à mudanças no preço da energia elétrica, em especial a mudança da bandeira tarifária, de vermelha para verde. Houve variações menores em quase todos os grupos, com as exceções sendo Despesas Pessoais e Artigos de residência. A inflação do grupo Alimentação e bebidas teve variação negativa em junho, influenciada pela safra recorde mas também ajudada pela sazonalidade (é usual a inflação desse grupo ficar mais baixa nesse período).

Em relação ao que era esperado, a surpresa na inflação se concentrou nos preços de combustíveis. O preço de gasolina caiu -2,65% e o de etanol -4,66%, mais do que era esperado, dado a coleta de preços da ANP. Ao contrário dos preços de energia elétrica, que devem subir em julho com a bandeira tarifária sendo amarela para o mês, os preços de combustíveis devem seguir recuando, devido à quedas adicionais de preços nas refinarias.

A queda na inflação em 12 meses entre maio e junho foi refletida em 3 das 4 categorias de uso. Os preços de alimentação no domicílio passaram a ter variação negativa em 12 meses (de 1,08% A/A para -0,57% A/A), a primeira desde jun/06. Os preços administrados diminuíram para 3,30% A/A de 4,41% A/A no mês anterior, enquanto os preços de bens industriais diminuíram de 1,6% A/A para 1,3% A/A. Os preços de serviços, por outro lado, subiram de 5,6% A/A para 5,7% A/A, mesmo com a queda na variação de alimentação fora do domicílio, que foi mais que compensada pela alta em outros tipos de serviços.

A inflação em julho deve voltar ao terreno positivo, influenciada pelo preço de energia elétrica. A expectativa da SulAmérica Investimentos é de variação de +0,26% M/M. A inflação em 12 meses deve seguir recuando ao longo do ano, chegando a 2,5% A/A em agosto, antes de voltar a subir no final do ano para em torno de 3,4% A/A.

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