IPCA – Junho/18

IPCA – Junho/18

IPCA – Junho 2018

A inflação medida pelo IPCA em junho ficou em 1,26% M/M, ligeiramente abaixo da projeção da SulAmérica Investimentos (1,27%) e da mediana de expectativas do mercado (1,28%). Essa é a maior variação mensal para o IPCA desde jan/16, quando foi de 1,27% M/M. A inflação acumulada em 12 meses passou de 2,85% A/A em maio para 4,39% A/A em junho.

A greve dos caminhoneiros afetou bastante a inflação de junho, com efeito, em especial no grupo Alimentação e bebidas, que reagiu mais ao desabastecimento. O grupo Alimentação e bebidas, que havia subido 0,32% M/M em maio, acelerou para 2,03% M/M em junho, com alta concentrada em Alimentos em domicílio (3,09%), em contraste com Alimentação fora do domicílio (0,17%). O aumento de preços de alimentos decorreu em parte também da depreciação cambial (mais de 10% entre final de abril e final de junho), o que pode ser visto na maior variação dos preços de alimentos tradeables (3,31%) do que de alimentos nontradeables (2,19%).

Houve uma alta muito forte em junho também nos preços administrados (2,49% M/M). Isso se refletiu nos grupos em aumento nos preços de Habitação (de 0,83% para 2,48%) e Transportes (de 0,40% para 1,58%). No caso de Habitação, o impacto foi todo em energia elétrica, com a mudança da bandeira tarifária para vermelha 2 e reajuste de preços em algumas cidades. No caso de Transportes, a alta ocorreu em combustíveis, em especial gasolina e etanol.

Os grupos do IPCA mais sensíveis à política monetária (bens industriais e serviços) não subiram tanto em junho. A inflação de serviços subiu de -0,09% M/M em maio para 0,25% M/M em junho enquanto a de bens industriais subiu de 0,11% M/M para 0,20% M/M. A variação em 12 meses da soma desses itens ficou estável em 2,55% A/A, como tem ocorrido desde abril.

Em julho o IPCA deve ter uma variação bem menor que a de junho, de 0,47% M/M na projeção da SulAmérica Investimentos. Em 2018 o IPCA deve ficar entre 4,2% e 4,4%.

Topo