IPCA – junho

IPCA – junho

IPCA – Junho

A inflação medida pelo IPCA em junho ficou em 0,40% M/M, próximo da mediana das expectativas do mercado (0,39%) e da projeção da SulAmérica Investimentos (0,38%). Com esse número de junho, a inflação acumulada em 12 meses ultrapassou o teto da meta (6,50%), chegando a 6,52%. A expectativa da SulAmérica Investimentos é de que a inflação siga subindo nessa comparação em 12 meses até setembro pelo menos (chegando a 7,0% nesse mês), ficando acima do teto da meta até o final do ano, devendo fechar o ano acima de 6,50%.
A inflação mensal reduziu-se em relação ao dado de maio (0,46%) devido, em especial, às variações baixas ou negativas de grupos como Alimentação e bebidas (que chegou a ficar negativa, -0,11%), Artigos de residência, Vestuário e Saúde. Algumas dessas variações menores são resultado de sazonalidade dos preços, como é o caso de Alimentação, Vestuário e Saúde.
Por outro lado, houve pressões para cima nas variações de grupos como Transportes e Despesas Pessoais. Nesse caso cabe destacar o efeito que a Copa do Mundo teve sobre alguns preços. As passagens aéreas subiram 22% e os hotéis 25%, levando a um impacto de 0,20 pp no IPCA de junho devido à maior demanda por esses serviços. Esse impacto deve ser revertido nos próximos meses, à medida que essa demanda maior devido ao grande evento desparecerá.
A inflação de preços livres seguiu bastante elevada em junho.A variação mensal foi de 0,44% M/M e a variação em 12 meses foi de 7,3% A/A. Sem os efeitos dos preços que subiram devido à Copa do Mundo, a inflação de preços livres seria menor (0,25% M/M), mas ainda mais elevada que a vista no mesmo mês do ano anterior (0,23% M/M). Além disso, a inflação de preços livres dessazonalidada, mesmo retirando os efeitos dos preços que aumentaram devido à Copa do Mundo, ficaria em 0,56% M/M, nível que anualizado é em torno de 7,0%. Os núcleos de inflação corroboram essa análise de inflação subjacente em torno ou acima de 7,0% anualizada, ao terem ficado em 0,61% M/M em média.
A inflação brasileira segue tendo variações menores na comparação M/M por enquanto, mas isso se deve mais à sazonalidade favorável que a um enfraquecimento das pressões inflacionárias. A atividade fraca e o câmbio valorizado podem levar a variações menores da inflação no futuro, mas para isso é necessário ver também uma piora considerável no mercado de trabalho, senão a inflação de serviços seguirá muito pressionada e as expectativas permanecerão muito longe da meta.
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