IPCA Maio/15

IPCA Maio/15

IPCA Maio/15

A inflação de maio no Brasil veio acima do esperado, com o IPCA de maio tendo variação de 0,74% contra a projeção de 0,60% da SulAmérica Investimentos e mediana de expectativas do mercado de 0,59%. Essa é a segunda maior variação mensal para o IPCA em um mês de maio desde o início do regime de metas, perdendo apenas para a inflação de maio que ocorreu em 2008 (0,79%). A variação em 12 meses do IPCA subiu, passando de 8,17% A/A em abril para 8,47% A/A em maio, sendo que o IPCA em 12 meses segue no maior patamar desde dez/03 (quando foi 9,30%).

A inflação de maio (0,74%) ficou acima da vista em abril (0,71%), contrariando as expectativas de queda. Esse aumento da inflação mensal foi concentrado em 3 dos 9 grupos (Alimentação e bebidas, Habitação e Despesas Pessoais), com todos os outros grupos apresentando redução nas suas taxas de variação. A surpresa em relação às projeções também ocorreram apenas nesses 3 grupos, com destaque para Alimentação e bebidas, que ao variar 1,37% em maio e não 0,96% (como era projetado pela SulAmérica Investimentos), contribuiu com 0,10 pp a mais do que esperado.

Nas categorias de uso, os destaques de alta foram administrados (com reajustes de energia elétrica em diversas capitais, além de água e esgoto e um pouco do impacto das loterias) e alimentação (com altas fortes tanto nos alimentos tradeables quanto nos nontradeables, esses indo contra sua sazonalidade usual). A alimentação fora do domicílio (que entra na parte de serviços nas categorias do Banco Central) ainda mostra inflação bastante elevada, próxima de 1,0% M/M e com 10,5% A/A nos últimos 12 meses.

Por outro lado, a inflação de serviços excluindo alimentação fora do domicílio e passagem aérea recuou em maio, com variação de 0,15% M/M (contra 0,41% M/M em mai/14 e 0,37% em abr/15). Em 12 meses, a inflação de serviços excluindo passagem aérea e alimentação recuou de 7,57% A/A para 7,29% A/A, o menor nível desde out/10. A inflação plena de serviços recuou bem menos, de 8,3% A/A para 8,2% A/A. A inflação mais ligada ao mercado de trabalho está recuando, em linha com o aumento no desemprego, porém as outras partes da inflação de serviços ainda se mostram muito resistentes.

A inflação de maio veio bem acima do esperado, com surpresa concentrada em alimentos. Para o mês de junho, a expectativa da SulAmérica Investimentos é de que a queda seja bem menor que a esperada pelo mercado (mediana do Focus em 0,40% M/M), devendo ficar em 0,60% M/M. A inflação deve permanecer elevada devido aos reajustes de preços administrados que ainda devem impactar esse mês (água e esgoto, loterias), além dos preços de alimentos, que devem recuar de forma mais forte apenas em julho. Para o ano de 2015 como um todo, a expectativa de inflação agora é de 8,6%.

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