IPCA – Maio/16

IPCA – Maio/16

IPCA – Maio 2016

A inflação medida pelo IPCA em maio ficou em 0,78% M/M, igual à projeção da SulAmérica Investimentos (0,78%) e acima da mediana das expectativas do mercado (0,75% segundo a Bloomberg). A inflação em 12 meses interrompeu sua trajetória de queda e passou de 9,28% A/A em abril para 9,32% A/A em maio. Nos primeiros 5 meses do ano, a inflação acumulada está em 4,05%, 1,29 pp abaixo da vista no mesmo período de 2015 (5,34%).

A inflação mensal subiu em relação à do mês anterior (0,61%), em especial devido ao grupo Habitação (que passou de -0,38% para 1,79%) e Despesas Pessoais (que passou de 0,23% para 1,35%), com altas nos preços de água e esgoto (devido ao reajuste feito em São Paulo) e energia elétrica (com os reajustes usuais do mês, além do fim do corte de preços devido à bandeira tarifária, que já está verde) e aumento de impostos nos cigarros. A inflação ainda ficou pressionada devido ao reajuste de remédios, que não foi tão intenso quanto no mês passado, mas ainda foi elevado, e aumento de preços de Vestuário.

Houve inflação mais baixa que no mês anterior em apenas quatro dos nove grupos, com as quedas mais importantes ocorrendo em Transportes (devido à variação negativa de passagens aéreas e à queda de quase 10% no preço do etanol) e Alimentação, que ainda assim ficou elevada (0,78% M/M).

A inflação de preços livres ficou basicamente estável, tanto na comparação M/M (de 0,59% em abril para 0,58% em maio) quanto na comparação A/A (de 8,84% para 8,83%). A alta ocorreu nos preços administrados (de 0,69% M/M para 1,40% M/M e de 10,69% A/A para 10,88% A/A), com o reajuste de água e esgoto da Sabesp e de energia elétrica em diversas cidades tendo peso relevante nesse resultado.

A inflação de preços livres ainda está elevada, tendo diminuído muito pouco em relação ao final do ano passado (8,5% A/A) ou ao seu nível mais elevado (8,95% A/A em mar/16). A inflação de serviços interrompeu sua tendência de queda em maio (passou de 7,35% A/A para 7,53% A/A, ainda estando, no entanto, abaixo do final do ano passado, 8,12% A/A) e a inflação de bens industriais seguiu subindo (agora estando em 6,82% A/A, contra 6,18% A/A no final do ano passado). Esses movimentos de alta foram compensados pela queda da inflação de alimentos em 12 meses. É importante notar, no entanto, que os preços ao produtor no setor agropecuário estão em alta agora, o que deve pressionar os preços ao consumidor de alimentos no futuro próximo.

Os próximos meses devem ter inflação mais baixa que no começo do ano, com a expectativa da SulAmérica Investimentos sendo de alta de 0,35% M/M nos preços em junho. A variação de junho já sofreu uma revisão para cima (a projeção era de alta de 0,28% duas semanas atrás) devido à alta recente nos preços agrícolas ao produtor. Dessa forma, a inflação em 12 meses ao consumidor deve cair devido à alta base de comparação ano passado (quando houve aumento da Cide), diminuindo para 8,8% A/A em junho e 8,5% A/A em julho e agosto, terminando o ano em 7,2%, acima do teto da meta (6,5%).

Topo