IPCA – Maio/18

IPCA – Maio/18

IPCA – Maio 2018

A inflação ao consumidor em maio de 2018 ficou em 0,40% M/M, acima da mediana de projeções do mercado (0,29%) e da expectativa da SulAmérica Investimentos (0,27%). A inflação acumulada no ano é de 1,33%, a menor no Plano Real (foi 1,42% ano passado na mesma comparação), enquanto a inflação em 12 meses subiu de 2,76% A/A para 2,85% A/A.

A aceleração da inflação entre abril (0,22%) e maio (0,40%) ocorreu em especial em três grupos: Habitação (de 0,17% para 0,83%), Transportes (de 0,00% para 0,40%) e Alimentação e bebidas (de 0,09% para 0,32%). O aumento no grupo Habitação se deu em especial devido à adoção da bandeira tarifária amarela, com efeito de +0,08 pp no IPCA total. Já o grupo Transportes teve alta bem concentrada nos preços de combustíveis, que sofreram reajustes relevantes durante a maior parte do mês, em especial a gasolina, que subiu 3,34% M/M, mais do que compensando a queda de -2,80% no álcool. Os preços de alimentos, por sua vez, tiveram alta em especial nos itens Nontradeables (2,49% contra 1,88% no mês passado) devido ao desabastecimento causado pela greve dos caminhoneiros.

Os núcleos de inflação, por sua vez, seguiram basicamente bem comportados. Em média eles subiram de 0,18% M/M em abril para 0,23% M/M em maio, ainda num patamar baixo, com variação A/A em torno de 3,0%.

Dos 0,40 pp de IPCA em maio, quase 90% (0,35 pp) veio do aumento de preços administrados (variação de 1,37% M/M), com aumento do preço de energia elétrica e de gasolina respondendo por sua vez por 80% do aumento dos preços administrados. A inflação de serviços, por outro lado, teve deflação de -0,09% M/M, algo que não era visto desde o início dos anos 2000, caindo para 3,3% A/A. A inflação de bens industriais seguiu com variação baixa, de 0,1% M/M e 1,4% A/A.

Diversos choques devem fazer a inflação de junho ser ainda mais alta que a de maio. A adoção da bandeira tarifária vermelha 2 deve adicionar mais 0,31 pp ao IPCA de junho. O preço da gasolina deve subir ainda mais em junho, com projeção da SulAmérica de 5%, com impacto de 0,22 pp no IPCA do mês. O desabastecimento causado pela greve dos caminhoneiros está fazendo os preços de diversos itens, em especial alimentos, subirem no início do mês. Parte desse impacto deve ser devolvido no final do mês, porém ainda assim deve fazer os preços médios subirem em junho. Os preços de serviços e bens industriais, por sua vez, não parecem estar refletindo a piora no câmbio ou na confiança econômica do país, indicando que ainda devem seguir principalmente os efeitos do elevado hiato do produto. Dessa forma, a expectativa da SulAmérica Investimentos é de elevação forte da inflação em junho, para 0,98% M/M, porém com inflação menor depois em julho, para 0,37% M/M. Para 2018 como um todo, a expectativa de IPCA fica em 4,1%.

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