IPCA – Março/17

IPCA – Março/17

IPCA – Março 2017

A inflação medida pelo IPCA em março ficou em 0,25% M/M, igual à mediana de projeções do mercado (0,25%) e acima da expectativa da SulAmérica Investimentos (0,21%). Em 12 meses a inflação seguiu recuando, tendo passado de 4,76% A/A em fevereiro para 4,57% A/A em março, o menor patamar desde dez/09 (4,31%).

O IPCA de março foi menor que o de fevereiro (0,33%) devido às variações menores dos grupos Transportes e Educação. A queda na variação de Educação decorre da sazonalidade (maior parte dos reajustes de mensalidades concentrados em fevereiro no IPCA), enquanto a queda nos preços de Transportes decorreu em especial de menores preços de combustíveis (com redução nos preços de gasolina e diesel praticados pela Petrobras e queda no preço do etanol) e de passagens aéreas. Houve também queda nos preços de telefonia fixa, o que impactou o grupo Comunicação. Essas quedas foram em parte compensadas pelo aumento de preços em Alimentação e bebidas e Habitação (no último caso impactado pelo aumento de tarifa de energia elétrica no Rio de Janeiro).

Em relação às expectativas da SulAmérica Investimentos, a surpresa se concentrou no grupo Alimentação. A inflação de alimentos nontradeables ficou acima do esperado, em 1,82%, com aceleração nos últimos dias do mês.

Mesmo com a ligeira surpresa para cima em relação à expectativa da SulAmérica Investimentos, o quadro geral segue sendo de desinflação quase generalizada. A inflação de preços livres ficou mais baixa que a geral, com a variação em 12 meses dos preços livres ficando em 4,25% A/A, menor patamar desde dez/09. A inflação de serviços teve um leve aumento, permanecendo em torno de 6,0% A/A, enquanto a inflação de bens industriais seguiu recuando, para 2,5% A/A, ajudada pela valorização cambial dos últimos meses.

A expectativa da SulAmérica Investimentos é de que a inflação de abril fique em 0,30% M/M, sendo afetada por diversos choques de preços administrados (com efeito líquido para baixo, devido à forte queda de preços de energia elétrica por um mês para todo o Brasil) e com aceleração nos preços de alimentos. Os outros componentes da inflação (serviços, bens industriais) devem seguir comportados, ajudando o IPCA a terminar o ano em 4,1%. É importante destacar que a inflação em 12 meses deve ficar abaixo desse patamar na metade do ano, alcançado 3,5% em agosto, devido à inflação do ano passado ter tido comportamento divergente do padrão sazonal.

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