IPCA – Outubro/15

IPCA – Outubro/15

IPCA – Outubro/15

A inflação medida pelo IPCA de outubro ficou em 0,82% M/M, ligeiramente acima da mediana das projeções do mercado (0,80%) e acima da expectativa da SulAmérica Investimentos (0,76%).

A inflação em 12 meses subiu de 9,49% A/A em setembro para 9,93% A/A em outubro, o maior nível desde Nov/03 (quando foi 11,02%). A inflação acumulada no ano já é de 8,53%, número maior que o visto em 2003 (quando o acumulado nos primeiros 10 meses do ano foi de 8,37%). O último ano em que houve uma inflação mais elevada que essa nos primeiros 10 meses do ano foi 1996 (quando foi 8,70%).

O aumento da inflação em relação ao mês anterior ocorreu em especial nos grupos Alimentação e bebidas e Transportes. Esse último teve o impacto do reajuste da gasolina na refinaria e também o aumento dos preços do etanol, causado pelo aumento da gasolina e por questões próprias de restrição de oferta no setor.

Houve um aumento na inflação tanto de preços livres quanto de preços administrados. Nos preços administrados, o impacto do recuo dos preços de gás de botijão (cujo reajuste foi mais concentrado em setembro), de -0,40 pp, foi mais do que compensado pelo aumento dos preços da gasolina, com impacto de 0,80 pp. Dessa forma, a inflação de administrados subiu de 0,92% M/M para 1,39% M/M e chegou a 17,51% A/A em 12 meses.

A inflação de preços livres ficou mais pressionada em outubro (0,64%) do que em setembro (0,42%), com a variação em 12 meses subindo para 7,7% A/A.

Nos preços livres, houve um aumento mais forte nos preços tradeables (de 0,46% M/M para 0,99% M/M) do que nos nontradeables (que recuaram de 0,39% M/M para 0,34% M/M). Isso já reflete, em parte, o efeito da grande depreciação do real que ocorreu nos últimos meses e o aprofundamento da recessão, respectivamente. A inflação de serviços, no entanto, continua recuando muito pouco, com os preços excluindo passagem aérea e alimentação fora do domicílio tendo passado de 7,24% A/A para 7,19% A/A entre setembro e outubro, e caindo somente 0,50 pp desde o final do ano passado.

A inflação deve seguir pressionada ao longo dos próximos meses, devido aos efeitos defasados da depreciação cambial, além do impacto do choque de custos de preços administrados, como combustíveis. Para novembro a expectativa da SulAmérica Investimentos subiu para 0,68%, tendo em vista o aumento dos preços dos alimentos e a queda mais lenta nos preços de serviços. Para o ano de 2015 a expectativa subiu para 10,13%.

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