IPCA – Outubro/17

IPCA – Outubro/17

IPCA – Outubro 2017

A inflação medida pelo IPCA em outubro ficou em 0,42% M/M, abaixo da projeção da SulAmérica Investimentos (0,47%) e da mediana das projeções do mercado (0,49%). A inflação acumulada no ano até outubro é de 2,21%, a menor nesse tipo de comparação desde 1998 (quando foi 1,44%). A inflação em 12 meses subiu pelo segundo mês consecutivo, passando de 2,54% A/A para 2,70% A/A.

Em relação ao mês anterior, no qual o IPCA teve variação de 0,16% M/M, houve inflação maior em 5 dos 9 grupos que compõem o índice. O destaque de alta foi o grupo Habitação, com variação de 1,33% M/M (contra -0,12% M/M no mês anterior) e contribuição de 0,23 pp, mais da metade do que o IPCA variou no mês (0,42%). Metade da alta do grupo Habitação veio do preço de energia elétrica residencial (+3,28% M/M, 0,12 pp de contribuição), com a adoção da bandeira tarifária vermelha e reajuste de preços de concessionárias.Houve também alta no preço de gás de botijão (4,49% M/M), com impacto de 0,06 pp no IPCA total.

Em relação às expectativas, a grande surpresa se concentrou no grupo Alimentação e bebidas. A variação no mês foi maior que a do mês anterior (-0,41%), mas ainda ficou negativa (-0,05%), sendo que a expectativa da SulAmérica Investimentos era de variação positiva. O subgrupo Alimentação fora do domicílio teve variação de 0,49% M/M contra expectativa de 0,16% M/M, contribuindo com 0,03 pp da surpresa para baixo no IPCA total. A inflação de alimentos tradeables também ficou abaixo do esperado (-0,42% contra +0,19%), contribuindo também com 0,03 pp para a surpresa.

A maior parte da alta do IPCA em outubro veio dos preços administrados, que subiram 0,98% M/M e tiveram contribuição de 0,24 pp para o IPCA total. Os preços livres tiveram variação de 0,23% M/M, a maior desde abril, e estão com variação A/A de 1,46%, subindo em relação à mínima atingida em agosto (1,25%), mas ainda muito baixa.

A parte da inflação mais sensível à política monetária (bens industriais e serviços) avançou em outubro, com variação de 0,32% M/M, a maior alta desde fevereiro. A inflação em 12 meses desse grupo está subindo desde que atingiu sua mínima em agosto (3,0% A/A), tendo passado para 3,1% A/A em setembro e 3,2% A/A agora em outubro.

A inflação deve seguir pressionada pelos preços administrados em novembro, com a mudança do cálculo da bandeira tarifária vermelha da energia elétrica e mais aumentos de combustíveis (gás de botijão, gasolina). A expectativa da SulAmérica Investimentos para o IPCA de novembro é de alta de 0,46% M/M e para dezembro de 0,42% M/M, o que deve fazer o IPCA terminar 2017 com variação acumulada de 3,11%. A inflação em 2018 deve subir cerca de 1,0 pp, para 4,21%.

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