PIB 1º Trimestre 2017

PIB 1º Trimestre 2017

PIB – 1º Trimestre 2017

O PIB (produto interno bruto) do Brasil teve crescimento de 1,0% T/T no 1º trimestre de 2017, não havendo surpresas em relação ao que era projetado pela SulAmérica Investimentos (1,0% T/T) e à mediana das expectativas do mercado (também 1,0%). Essa é a primeira variação positiva do PIB desde o último trimestre de 2014, indicando o começo do fim da maior recessão brasileira dos últimos tempos.

O forte crescimento de 1,0% T/T no 1º trimestre de 2017 decorreu de fatores pontuais que não devem se repetir no 2º trimestre. Entre os setores, a alta se concentrou bastante na agropecuária, com variação de 13,5% T/T e contribuição de 0,9 pp, ajudada pela safra recorde de grãos (crescimento de mais de 25% no volume colhido ante o ano passado, devido à condições climáticas favoráveis). A indústria teve crescimento de 0,9% T/T e contribuição de 0,2 pp, enquanto o setor de serviços ficou praticamente estável.

Dentre as categorias de uso, houve queda ainda em todos os componentes da demanda interna. A demanda interna (a soma de consumo das famílias e do governo e investimentos), que foi o motor do crescimento durante os anos 2000, caiu pelo nono trimestre consecutivo. A contração do 1º trimestre de 2017 foi um pouco menos intensa que a dos trimestres anteriores (-0,5% T/T contra -0,6% T/T no último semestre de 2016), porém o resultado ainda foi ruim. O investimento caiu -1,6% T/T, assim como havia ocorrido no último trimestre de 2016, e houve queda mais intensa no consumo do governo (passou de -0,04% T/T para -0,62% T/T). Em compensação, o consumo das famílias teve uma contração menor, de -0,2% T/T contra -0,5% T/T no trimestre anterior, afetado pela mudança metodológica nas vendas no varejo, que tiveram alta anualizada acima de 13% no começo do ano.

O aumento do PIB no 1º trimestre de 2017, portanto, deveu-se à demanda externa. Enquanto a demanda interna teve contribuição de -0,5 pp, a demanda externa teve contribuição de +0,4 pp, com as exportações subindo 4,8% T/T (ajudadas pelo setor agrícola e extrativo) e as importações 1,8% T/T . Houve também recomposição de estoques, com contribuição de +1,1 pp.

O crescimento forte do PIB no 1º trimestre de 2017 não deve se repetir no 2º trimestre. A agropecuária e o setor exportador ainda devem ter algum crescimento, porém em escala menor. Os dados de produção industrial e varejo do começo do 2º trimestre não são positivos, indicando que o mais provável é que o PIB do 2º trimestre tenha variação próxima de zero. A recuperação do PIB deve voltar a ocorrer a partir do 3º trimestre, com o PIB do ano devendo mostrar crescimento de 0,7% contra 2016.

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