PIB 2º Trimestre 2017

PIB 2º Trimestre 2017

PIB – 2º Trimestre 2017

O crescimento da atividade econômica brasileira, medido pelo PIB (produto interno bruto), do 2º trimestre ficou em 0,2% T/T, acima da expectativa da SulAmérica Investimentos e da mediana das projeções do mercado (0,0% T/T). Esse já é o segundo trimestre consecutivo de crescimento (ele foi de 1,0% T/T no 1º trimestre), após queda acumulada de -8,25% nos 8 trimestres anteriores (desde o começo de 2015). A variação em relação ao mesmo trimestre do ano anterior ficou positiva pela primeira vez em 12 trimestres (desde o 3º trimestre de 2014), chegando a +0,3% A/A. A variação em 12 meses seguiu negativa (-1,4%), mas menos que no trimestre anterior (-2,3%).

Do lado da oferta, o crescimento do PIB do 2º trimestre foi menos concentrado do que o do 1º trimestre, mesmo tendo sido menor. No 1º trimestre, a variação de 1,0% T/T ocorreu em grande parte devido ao aumento da agropecuária, que contribuiu com 0,8 pp dessa alta. Os outros 0,2 pp aconteceram na indústria, com os serviços tendo contribuição nula. No 2º trimestre, por sua vez, a agropecuária teve contribuição nula e a indústria contribuição levemente negativa (-0,1 pp), devido à queda da construção civil. Por outro lado, os serviços tiveram contribuição positiva de 0,4 pp, com destaque para a alta de comércio (2,0% T/T, com contribuição de 0,2 pp).

A alta no setor de serviços no 2º trimestre foi ajudada pelos saques das contas inativas do FGTS. Esses somaram R$ 42 bi, com cerca de R$ 10 bi sendo gastos em consumo (o restante foi usado para pagar dívidas ou acumular recursos). A taxa de poupança reflete isso em parte, uma vez que ela foi de 16% no trimestre, chegando a média de 14,4% nos últimos 12 meses (contra 13,9% no final do ano passado).

O crescimento do 2º trimestre sendo liderado pelos serviços e comércio teve efeito nos componentes da demanda do PIB também. No 2º trimestre, o consumo das famílias teve crescimento forte (de 1,4% T/T), com contribuição de 0,9 pp. Houve queda nos investimentos e no consumo do governo, e ajuda de +0,5 pp das exportações líquidas. A alta do PIB no 2º trimestre só não foi maior devido à variação de estoques, que contribuiu negativamente (-0,8 pp). Essa queda nos estoques, no entanto, deve ajudar o crescimento nos próximos trimestres. Ela significa que o aumento da demanda interna no 2º trimestre foi suprido pelos estoques acumulados no passado. O crescimento da demanda nos próximos trimestres, portanto, deve resultar em aumento da produção e do investimento.

O carregamento estatístico do PIB aumentou. Com a maior variação no primeiro semestre do ano, caso o PIB fique estável no segundo semestre inteiro, ainda assim o PIB de 2017 mostrará crescimento de 0,5% em relação ao ano passado. Dessa forma, a expectativa da SulAmérica Investimentos para o PIB de 2017 aumentou para 0,7%, com o PIB dos próximos trimestres devendo mostrar variação positiva na margem. No ano que vem o crescimento deve acelerar para algo entre 1,8% e 2,0%.

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