PIB 3º Trimestre 2017

PIB 3º Trimestre 2017

PIB – 3º Trimestre 2017

O PIB (produto interno bruto) brasileiro teve crescimento de 0,1% T/T no 3º trimestre de 2017, em linha com a projeção da SulAmérica Investimentos (0,1%), mas abaixo da mediana das projeções do mercado (0,3%). Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior houve crescimento de 1,4% T/T, e a variação em 4 trimestres passou de -1,2% no trimestre anterior para -0,2% no 3º trimestre.

A divulgação do PIB do 3º trimestre, como é de praxe, incluiu revisões dos dados de anos anteriores, como divulgado há algumas semanas pelo IBGE. A queda do PIB de 2015, por exemplo, foi reduzida de -3,7% para -3,5%, e a queda de 2016 de -3,6% para -3,5%. Os dados do primeiro semestre de 2017 também sofreram revisões para cima, de tamanho substancial. O crescimento acumulado no primeiro semestre de 2017 passou de 1,2% na divulgação anterior para 2,0%, com o crescimento do 1º trimestre sendo revisto de 1,0% para 1,3% e do 2º trimestre de 0,2% para 0,7%.

O PIB do 1º semestre foi revisto para cima devido a crescimento maior verificado em especial nos componentes Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF) e Consumo do Governo. A FBKF, também conhecida como investimento, antes apontava quedas de -0,9% T/T e -0,7% T/T no 1º e 2º trimestres, respectivamente. Agora os dados revisados mostram -0,6% T/T e 0,0% T/T, com crescimento de 1,6% T/T no 3º trimestre, indicando consolidação da recuperação nesse setor, à medida que a confiança do investidor se recupera e a taxa de juros cai. No Consumo do Governo, as revisões foram de -0,7% T/T e -0,9% T/T no 1º e 2º trimestres, respectivamente, para -0,1% T/T e -0,1% T/T, com o dado do 3º trimestre mostrando mais uma contração, de -0,2% T/T. As pequenas quedas no Consumo do Governo refletem o esforço feito pelo governo para conter suas despesas.

O Consumo das Famílias não sofreu grandes revisões como os outros componentes do PIB, mas ainda mostra força considerável. A variação do 3º trimestre foi praticamente igual à do 2º trimestre (1,2% T/T nos dois casos), bem mais forte que o crescimento visto no 1º trimestre (0,2%). Essa expansão é explicada pelo saque das contas inativas do FGTS e também pela recuperação da massa salarial e do crédito.

A demanda interna brasileira (a soma de consumo das famílias, do governo e investimentos) se acelerou entre o 2º e 3º trimestre, passando de 0,7% T/T para 1,0% T/T, refletindo o aumento dos investimentos já mencionados. A desaceleração do PIB total (de 0,7% para 0,1%) refletiu, portanto, o comportamento da demanda externa, com aumento forte de importações (+6,7% T/T). A variação de estoques seguiu com contribuição negativa para o PIB trimestral, de -0,6 pp no 3º trimestre, contra -0,5 pp no 2º trimestre.

A melhora nos dados anteriores do PIB deve fazer com que as projeções para o PIB de 2017 e 2018 sejam revistas para cima. A expectativa da SulAmérica Investimentos é de crescimento de 1,0% para 2017 e 3,0% para 2018.

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