PIB – 3º trimestre de 2013

PIB – 3º trimestre de 2013

PIB – 3º trimestre de 2013

03/12/13

O produto interno bruto (PIB) do 3º trimestre de 2013 no Brasil mostrou queda de 0,5% T/T na série dessazonalizada, sendo que era esperada uma queda de 0,3% T/T. Houve revisões nos dados anteriores do PIB, sendo que o crescimento de 1,5% T/T do 2º trimestre foi revisado para cima (1,7% T/T), enquanto o crescimento de 0,6% T/T do 1º trimestre foi revisto para baixo (0,0% T/T). Na série revisada, a queda no PIB do 3º trimestre é a primeira de tamanho significativo desde o 1º trimestre de 2009.

A queda no PIB no 3º trimestre já era esperada por alguns motivos. Um deles foi o forte crescimento visto no 2º trimestre, que faria difícil manter o ritmo de expansão. Outro foi a queda na confiança dos consumidores e empresários que seguiu às manifestações de junho. Essa queda afetou em especial os investimentos, que tiveram contribuição negativa de 0,5 pp, após terem contribuído em torno de 0,70-0,80 pp para o crescimento no começo do ano. A variação de estoques também foi destaque negativo, com contribuição de -0,8 pp para o PIB trimestral e também sendo afetada pela queda da confiança, que interrompeu a produção no período. Outros componentes da demanda interna tiveram comportamento até melhor no 3º trimestre, com o consumo das famílias voltando a crescer 1,0% T/T e o consumo do governo 1,2% T/T. A surpresa em relação à projeção da SulAmérica Investimentos se concentrou na demanda externa, com queda nas exportações, e na variação de estoques.

Sob a ótica da oferta, no 3º trimestre houve expansão pequena da indústria e dos serviços (0,1% T/T nos dois casos), sendo que a grande contribuição negativa veio da agropecuária (-3,5% T/T). A agropecuária havia mostrado expansão muito forte nos dois primeiros trimestres do ano (5,8% e 4,2% T/T), que dificilmente se sustentaria no 3º trimestre, que também foi afetado por algumas quebras de safra (café, laranja e mandioca).

A demanda interna brasileira (soma de consumo das famílias, consumo do governo e investimento) mostrou variação anualizada de 1,7% no 3º trimestre, número abaixo do visto nos trimestres anteriores e um dos mais baixos do governo Dilma (perdendo apenas para o 3º trimestre de 2011 e de 2012). A variação mais baixa é decorrente da desaceleração dos investimentos, como mencionado anteriormente.

A surpresa negativa em relação ao crescimento do 3º trimestre deve levar a uma revisão do crescimento desse ano e do próximo. O carry-over, a taxa de crescimento em 4 trimestres caso o restante do ano tivesse variação zero na margem, é de 2,11% em 2013. A expectativa da SulAmérica Investimentos é de que o 4º trimestre mostre crescimento positivo de novo, em torno de 0,7% T/T, o que faria o PIB de 2013 se expandir 2,3%. O PIB do ano que vem deve mostrar desaceleração na taxa de crescimento, devido em especial ao crescimento menor do investimento, que será afetado negativamente pelo aumento da taxa de juros, pelo menor crescimento do crédito oferecido pelos bancos públicos, pela maior incerteza política e pelo provável depreciação cambial. Além disso, a confiança do investidor ainda não parece ter se recuperado. Por enquanto a expectativa da SulAmérica Investimentos é de que o crescimento em 2014 possa ser ligeiramente menor que 2,0%.

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