PIB – 3º trimestre de 2014

PIB – 3º trimestre de 2014

PIB – 3º trimestre de 2014

A atividade econômica brasileira, mensurada pelo PIB (produto interno bruto) mostrou leve crescimento no 3º trimestre, de 0,1% T/T, abaixo da expectativa da SulAmérica Investimentos (0,2%) e da mediana das projeções do mercado (0,2%). Esse leve crescimento interrompe os dois trimestres anteriores de quedas consecutivas (-0,2% e -0,6% no 1º e 2º trimestres, respectivamente), mas não impede o PIB de seguir tendo variação negativa na comparação A/A (-0,9% no 2º trimestre e agora -0,2%).

Houve uma recuperação no crescimento da demanda doméstica no 3º trimestre. A demanda doméstica, o principal motor do crescimento brasileiro nos últimos anos, havia tido contração nos dois primeiros trimestres do ano, puxada pela queda muito forte do investimento. No 3º trimestre, o investimento se recuperou parcialmente (1,3% T/T, após cair -5,2% T/T no trimestre anterior) e ajudou a variação do PIB a ficar positiva, junto com o crescimento do consumo do governo (1,3% T/T). Por outro lado, o consumo das famílias voltou a mostrar variação negativa no 3º trimestre (-0,3% T/T), sendo que nos trimestres anteriores ele havia mostrado variação de -0,2% T/T e 0,0% T/T.

O crescimento da demanda doméstica brasileira está muito fraco na mensuração de 4 trimestres contra 4 trimestres anteriores, estando em 0,5% agora, sendo que o nível mais baixo da crise de 2008-2009 foi de 0,8% no 3º trimestre de 2009.

A demanda externa teve contribuição negativa no 3º trimestre, com crescimento bem fraco das exportações e crescimento mais forte das importações. As exportações dificilmente vão ajudar muito o crescimento do PIB daqui para frente, uma vez que parceiros comerciais importantes do Brasil deverão crescer menos nos próximos anos, como a América Latina como um todo e a China.

Do lado da oferta, houve queda na agropecuária (-1,9% T/T), porém a indústria voltou a crescer (1,8% T/T), assim como o setor de serviços (0,5% T/T). Os dois últimos haviam tido variação negativa no trimestre anterior.

O cenário para o crescimento econômico brasileiro nos próximos trimestres continua sendo desafiador, com grande probabilidade de expansão fraca ao longo do próximo ano. Por um lado, há uma incipiente recuperação na confiança de empresários, que pode ajudar os investimentos a se recuperarem, porém há também uma política monetária e fiscal mais restritiva, além do menor crescimento de importantes parceiros comerciais e queda nos termos de troca. O crescimento do PIB brasileiro em 2014 deve se aproximar de 0,0%, enquanto em 2015 ele deve seguir baixo, próximo de 0,5%.

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