PIB- 4º Trimestre 2014
PIB- 4º Trimestre 2014
É importante mencionar que houve uma revisão metodológica na série de contas nacionais do IBGE, que, dentre outras coisas, incluiu gastos com pesquisa e desenvolvimento no investimento. Essa mudança metodológica, quando adotada por outros países, resultou em aumento do PIB e da taxa de investimento, e o mesmo aconteceu com o Brasil. O PIB, em nível real, ficou cerca de 3% mais alto do que na metodologia antiga a partir de 2011. A taxa de investimento até o 3º tri de 2014, que era de 17,3%, foi revista para 20,0% nesse período.
A variação surpreendentemente positiva no 4º trimestre em relação ao 3º trimestre decorreu em especial do crescimento do Consumo das Famílias (+1,1% T/T e contribuição de +0,7 pp) e do acúmulo dos estoques (contribuição de +0,4 pp). A maior contribuição negativa nesse trimestre veio das exportações, mas também houve queda nos investimentos.
No ano de 2014 como um todo, a queda de crescimento em relação a 2013 decorreu da queda do investimento e do menor crescimento do consumo das famílias. A demanda externa deixou de contribuir negativamente para o PIB em 2014, devido à contração das importações.
O aumento do consumo das famílias no 4º trimestre de 2014 não deve se repetir ao longo de 2015, que deve ter na verdade queda de consumo ao longo de todo o ano. Todos os componentes da demanda interna devem apresentar contração em 2015, com queda de confiança de consumidores, empresários, queda de renda do trabalho e aumento da taxa de juros fazendo tanto o consumo das famílias quanto os investimentos contraírem. O consumo do governo também deve recuar devido ao aperto fiscal. A demanda externa deve ter novamente contribuição neutra nesse ano. Dessa forma, o PIB brasileiro como um todo deve apresentar forte contração em 2015.