PIB e IBC-Br

PIB e IBC-Br

PIB e IBC-Br

No “Explicando o economês” de 30/06/2011, foi explicado o que é o PIB e o sistema de contas nacionais. As contas nacionais têm por objetivo aferir o desempenho de uma economia ao longo do tempo. O PIB (produto interno bruto) é o indicador mais abrangente e mais usado para aferir a atividade econômica de um país.

Só que um dos problemas no uso do PIB para medir a atividade econômica é a demora com que ele é calculado. O sistema de contas nacionais brasileiro usa diversas fontes de dados para tentar medir o valor adicionado por cada setor no Brasil. Algumas dessas fontes demoram bastante para estarem disponíveis ao IBGE. O IBGE, além disso, tem de tentar harmonizar todo sistema de contas nacionais, equilibrando oferta e demanda em todos os setores. Esse processo todo leva em torno de 70 dias para ser completado após o fim do trimestre. Isso significa que o PIB do 1º trimestre (período entre janeiro e março) é conhecido apenas em algum momento de junho, por exemplo. Essa demora para se conhecer o dado do PIB levou alguns economistas a tentarem criar estimadores mais rápidos (e menos precisos) da atividade econômica geral. Um desses indicadores foi o IBC-Br, criado pelo Banco Central do Brasil.

O Banco Central do Brasil criou o IBC-Br (Índice de atividade econômica do Banco Central do Brasil) em 2010, tendo sido divulgado no Relatório de Inflação do 1º trimestre. Antes disso, o Banco Central calculava o Índice de Atividade Econômica Regional do Rio Grande do Sul (IBCR-RS) em 2009. Muita da metodologia do IBC-Br já era usada no cálculo do IBCR-RS, só que esse último, obviamente, era feito em bases regionais.

O IBC-Br usa diversas fontes de dados para tentar estimar o comportamento do índice de volume do PIB brasileiro. Esses dados são todos divulgados com frequência mensal, o que permite ao IBC-Br também ser divulgado nessa frequência, ao contrário do PIB (cuja divulgação é trimestral).

Diversos dados usados no cálculo do IBC-Br aparecem também no cálculo do índice de volume do PIB (como dados da produção industrial mensal manufatureira e extrativa, além das estatísticas do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola). Entretanto, o IBC-Br usa sempre os dados em base mensal (e transforma dados anuais e trimestrais em base mensal). Além disso, o IBC-Br usa dados que não são usados no cálculo do PIB para tentar estimar a atividade de certos setores (pesquisa mensal de comércio, dados de consumo de energia elétrica da EPE, dados de receita de certas empresas do setor de telecomunicações, etc). Isso é feito porque os dados usados no cálculo do PIB para setores como comércio e serviços vêm de fontes de difícil disponibilidade dados da Receita Federal de faturamento bruto de certas empresas, que não estão disponíveis para todos devido a questões de sigilo) ou de cálculos que usam esses últimos dados.

Dessa forma, o IBC-Br é uma aproximação do PIB brasileiro, não um cálculo perfeito do que seria o PIB em bases mensais. Entretanto, essa aproximação é suficientemente próxima na maioria dos casos, com a margem de erro verificada sendo pequena. Mas é necessário ressaltar que essa margem de erro na comparação entre o IBC-Br e o PIB existe, como pode ser visto na tabela abaixo:

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