Preços Administrados e Livres em 2015

Preços Administrados e Livres em 2015

Preços Administrados e Livres em 2015

Como foi descrito no “Explicando o Economês” de agosto de 2014, os preços no Brasil podem ser divididos em duas grandes categorias, livres e administrados, os últimos sendo insensíveis às condições de oferta e demanda porque são estabelecidos por contrato ou por órgão público. Como afirmado no parágrafo final daquele texto, diversos preços administrados tiveram reajustes abaixo do usual nos anos 2011-2014. Essa política de reajustes baixos de preços administrados foi revertida no início de 2015, com a nova equipe econômica nomeada pela presidente reeleita Dilma Rousseff. O intuito dessa nova equipe econômica, em especial do ministro da Fazenda Joaquim Levy, parece ser de corrigir os desvios passados de preços administrados, de tal forma a evidenciar sua real escassez na economia e não usá-los mais para tentar conter o índice geral de inflação.

Um resultado dessa política da nova equipe econômica foi o reajuste elevado dos preços de combustíveis e de energia elétrica que ocorreu no início de 2015. Os primeiros devem subir pelo menos 7% devido ao aumento de impostos sobre eles (Cide), podendo subir ainda mais ao longo de 2015 se a defasagem do preço da gasolina e do diesel voltar a subir (atualmente os preços estão próximos dos praticados no mercado internacional). Já os preços de energia elétrica devem ter reajuste de mais de 50% em 2015. O aumento decorre da crise hídrica, com os reservatórios menores das hidrelétricas forçando o uso de todas as termelétricas do país, que têm um custo mais elevado de produção de energia. O problema com os reservatórios e falta de chuvas já vem desde o ano passado, mas parte desses custos estava sendo coberta pelo Tesouro. Com a nova equipe econômica, todo esse custo vai agora ser pago pelos consumidores, resultando nesse aumento substancial de preços.

A inflação dos preços administrados deve subir de forma substancial em 2015, dos 5,3% vistos em 2014 para algo em torno de 13,5%.

Esse aumento de preços administrados deve ser o grande responsável pelo aumento da taxa de inflação em 2015, para mais de 8,0% (8,1% de acordo com a projeção da SulAmérica Investimentos). Os preços livres deverão seguir com inflação em torno de 7,0%, patamar que está sendo visto nesses tipos de preços desde set/13. A depreciação cambial deverá ser o principal fator para a manutenção dos preços livres em patamar tão elevado, mesmo num cenário em que a atividade econômica fica tão fraca.

Topo