Produção Industrial – Abril/16

Produção Industrial – Abril/16

Produção Industrial – Abril 2016

A produção industrial brasileira teve crescimento de 0,1% M/M em abril na série dessazonalizada, número maior que a mediana das projeções do mercado (-0,9% M/M segundo a Bloomberg) e mais próximo da projeção da SulAmérica Investimentos (0,4% M/M). Esse já é o segundo mês consecutivo em que a produção industrial fica positiva (ela subiu 1,4% M/M em março) e nos últimos 4 meses houve 3 meses com crescimento, algo que não ocorria desde out/14.

A variação A/A da produção industrial ficou menos negativa,. Ela chegou a -13,5% A/A em jan/16, mas em abril ficou em -7,2% A/A, sendo também uma melhora em relação ao mês anterior (-11,5% A/A). No dado acumulado no ano, a produção industrial de 2016 está 10,5% menor que a dos primeiros 4 meses de 2015, sendo uma melhora em relação ao dado acumulado até março (-11,6%).

Houve aumento na produção na margem tanto do setor manufatureiro quanto na extração mineral em abril. A variação mensal em abril foi maior na extração mineral (1,3%), porém o setor manufatureiro já mostra dois meses consecutivos de crescimento na margem (a extração mineral teve queda em março de -0,9% M/M).

Nas categorias de uso, houve queda apenas na produção de bens de consumo, com destaque para bens de consumo duráveis (-4,4% M/M), com queda de -10,5% M/M na produção de automóveis. Por outro lado, houve pelo 4º mês consecutivo na produção de bens de capital, que cresceu 1,2% M/M em abril. Em relação ao fim do ano passado, a produção de bens de capital já subiu 7,7%, sendo que ainda houve queda no 1º trimestre devido ao carregamento estatístico (-3,2% T/T), mas a variação do trimestre móvel terminado em abril já está positiva (em +1,5% T/T).

A produção de insumos típicos de construção civil, outro componente do investimento junto com a produção e a importação de bens de capital, ainda teve queda, de -0,7% M/M em termos dessazonalizados e com a variação trimestral apenas ficando menos negativa.

A melhora na produção industrial nos últimos meses é um dos indicativos de que a recessão está próxima de chegar ao fim, com uma pequena recuperação cíclica. O grande ajuste de estoques feito nos últimos meses ajudou isso. A recuperação por enquanto está ocorrendo de forma um pouco mais consistente na produção de bens de capital, que ainda está num patamar muito baixo (o dado de abril ainda é 14% abaixo do visto na média de 2015 e 45% abaixo do pico, visto em set/13). A produção de bens para consumo ainda está em queda, seguindo a queda nas vendas no varejo. A produção de bens intermediários, por sua vez, ainda está oscilando entre crescimento e queda.

A produção industrial ainda deve alternar altas e baixas nos próximos meses, porém há indícios de proximidade do fim da recessão. A depreciação do real (que aumentou exportações e incentivou a substituição de importações) e o fim da queda da confiança dos consumidores e investidores (em patamar baixo, mas que deixou de cair) são os fatores que levam a crer em uma estabilização na produção nos próximos meses. Crescimento mais forte e sustentado da produção deve ocorrer apenas a partir do final do ano, caso a confiança volte a subir de forma mais sustentada (e caso o Copom baixe a taxa de juros), sendo ainda em ritmo lento devido à queda nas vendas no varejo, do crédito e aumento do desemprego, que impedem a retomada mais rápida do consumo interno. Para o ano de 2016 a expectativa da SulAmérica Investimentos é de queda de -7,3% na produção industrial.

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