Produção Industrial – Junho/15

Produção Industrial – Junho/15

Produção Industrial – Junho/15

A produção industrial brasileira teve queda de -0,3% M/M em junho, menos intensa que as expectativas do mercado (mediana de -0,7% M/M segundo a Bloomberg) mas mais próxima da projeção da SulAmérica Investimentos (-0,2% M/M). Em relação ao mesmo mês do ano anterior a queda foi de -3,2% A/A, menos intensa que a dos últimos meses (-8,9% em maio e -7,9% em abril).

A produção manufatureira voltou a mostrar queda (de -0,1% M/M), após ter subido +0,6% M/M no mês anterior. A extração mineral teve o segundo mês consecutivo de queda (-0,5% M/M em maio e -0,2% M/M em junho). A variação A/A da extração mineral segue sendo positiva (+8,1% A/A) enquanto a da produção manufatureira segue sendo bem negativa (-4,7% A/A), mas o desempenho da extração mineral parece estar piorando nos últimos meses, devendo parar de contribuir para diminuir a queda da indústria geral.

Houve contração em 3 das 4 categorias de uso, com apenas a produção de bens de consumo duráveis mostrando alta no mês (de +1,7% M/M). A queda mais intensa ocorreu na produção de bens de consumo duráveis (-10,7% M/M), havendo também queda considerável na produção de bens de capital (-3,3% M/M).

A produção industrial teve queda menos intensa no 2º trimestre (-2,1% T/T) do que no 1º (-2,4%), mas esse ainda é o 8º trimestre consecutivo de contração (com queda acumulada de 12,2% em relação a jun/13). A queda nos indicadores de investimento ficou ainda mais intensa no 2º trimestre, com a produção de bens de capital recuando -9,9% T/T (contra -6,7% no trimestre anterior) e a produção de insumos típicos da construção civil caindo -5,7% T/T (contra -2,5%).

A produção industrial caiu menos do que o esperado pelo mercado, mas a perspectiva para a indústria ainda está longe de melhorar. A confiança do empresário ainda não mostra sinais consistentes de melhora, podendo voltar a piorar após as mudanças recentes na política econômica (redução da meta de superávit primário, aumento do risco de perda de grau de investimento). A massa salarial segue em queda, junto com a confiança do consumidor e o crédito, fazendo o consumo interno retrair. Apenas as exportações (reagindo ao ajuste na taxa de câmbio) ajudam a produção industrial, mas apesar da alta recente, elas ainda estão em patamar bem deprimido. Para o ano de 2015 como um todo a expectativa da SulAmérica Investimentos é de retração de 6% na produção industrial em comparação com 2014, quando houve queda de 3,1%).

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