Produção Industrial – Maio/18

Produção Industrial – Maio 2018

A produção industrial brasileira recuou -10,9% M/M em maio, menos do que era esperado pela SulAmérica Investimentos (-12,8%) e pela mediana de projeções do mercado (-13,2%). Em relação ao mesmo mês do ano anterior houve queda de -6,7% A/A.

Os números de maio foram afetados negativamente pela paralisação dos caminhoneiros que ocorreu em especial na segunda metade do mês, afetando diversas cadeias produtivas. Em relação às categorias de uso, a queda foi mais intensa em bens de consumo duráveis (-27,4% M/M) e bens de capital (-18,3% M/M). Por outro lado, houve contração menor em bens intermediários (-5,2% M/M).

Os setores mais afetados negativamente foram aqueles que trabalhavam com menores estoques (just-in-time), como o automobilístico. Do ponto de vista da oferta isso pode ser visto na alta de 2,3% M/M na extração mineral, enquanto a indústria de transformação recuou -12,2% M/M. Dentre as 25 atividades, houve alta apenas na fabricação de produtos derivados de petróleo (+6,3% M/M).

A queda na produção industrial de maio foi causada por um choque negativo de oferta (paralisação dos caminhoneiros) que é temporário. Dados diários de consumo de energia elétrica indicam que a produção industrial deve ter voltado ao patamar do começo de maio no final de junho. Isso indica que a produção industrial de junho deve ter crescimento substancial, praticamente o suficiente para compensar a queda de maio. A estimativa da SulAmérica Investimentos é de expansão de 10% M/M para a produção industrial de junho. A indústria em 2018, por sua vez, deve mostrar crescimento mais baixo do que em 2017 (1,8% contra 2,5%), com a piora na confiança e nas condições financeiras tendo um efeito negativo no ritmo de crescimento de julho em diante.