Produção Industrial – Mar/14

Produção Industrial – Mar/14

Produção Industrial – Mar/14

A produção industrial brasileira em março teve queda de -0,5% M/M, contração menos intensa que a esperada pelo mercado (-2,5% M/M) e pela SulAmérica Investimentos (-2,0% M/M). É necessário, no entanto, lembrar que houve grande revisão metodológica na série de produção industrial, com revisão dos dados desde 2002, sendo que os dados mais recentes (desde 2012) foram os mais afetados por essa revisão.

A série nova de produção industrial mostra crescimento de 2,3% no ano de 2013, sendo isso quase o dobro do visto na série antiga (1,2%). Em 2013 houve revisão para cima na produção de bens intermediários e de consumo (em especial duráveis) e revisão para baixo na produção de bens de capital (que ainda assim cresceu 11,1% no ano).

Os dados mais recentes mostraram revisão para pior, no entanto. As duas séries mostram forte queda na produção industrial no mês de junho, porém na série nova a produção industrial começa a mostrar uma nova tendência de queda a partir de set/13 que não havia na série antiga. Além disso, as duas séries mostram forte queda na produção industrial em dez/13 com recuperação em jan/14. Porém, enquanto na série antiga a produção industrial recuperava-se completamente dessa queda, na série nova a recuperação é apenas parcial. Houve revisão para baixo também na variação de fevereiro. Isso tudo fez com que a produção industrial terminasse o 1º trimestre com variação de -0,4% T/T na série nova, sendo que a expectativa era de, na série antiga, ver variação de +0,6% T/T. As revisões para baixo no crescimento do começo de 2014 ocorreram em especial na produção de bens intermediários e de capital.

No mês de março, houve queda na produção de bens de capital (-3,7% M/M) e de bens de consumo durável (-2,5% M/M), sendo esses setores os responsáveis pela queda na produção industrial como um todo. Os outros setores mostraram estagnação ou crescimento fraco. A produção de insumos para construção civil também mostrou queda em março e no 1º trimestre como um todo.

A revisão na série de produção industrial, portanto, mostrou maior crescimento da atividade, em especial no ano passado. No período mais recente, no entanto, a série nova de produção industrial mostra crescimento mais fraco, em especial nos meses de janeiro e fevereiro, mesmo que a variação do mês de março tenha ficado menos negativa que a expectativa do mercado. Essa configuração dos dados (maior crescimento em 2013, menor em 2014) pode ser encarada pelo Banco Central como um maior efeito das taxas de juros sobre a atividade (com a atividade em 2013 crescendo mais, respondendo com defasagem ao período em que os juros eram mais baixos, e a atividade agora em 2014 crescendo menos devido aos efeitos defasados do aumento de juros, que se iniciou em abril de 2013).

Dessa forma, é provável que o IBGE revise os dados do PIB de 2013 em cerca de 0,2-0,3 pp para cima (de 2,3% para 2,5%). Entretanto, o crescimento esperado para o PIB no 1º trimestre deve ser menor que o previamente projetado pela SulAmérica Investimentos, de +0,5% T/T, devido ao menor crescimento da atividade industrial no começo do ano.

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