Produção Industrial – Março

Produção Industrial – Março

Produção Industrial – Março

03/05/13

A produção industrial brasileira teve crescimento de 0,7% M/M em março, mais baixoque o esperado pelo mercado (1,3% M/M) e pela SulAmérica Investimentos (1,5%M/M). Em relação ao mesmo mês do ano anterior a produção industrial ainda mostra queda (de -3,3%A/A), até mais intensa que a vista no mês anterior (-3,2% A/A).

Houve crescimento em quase todas as categorias de uso na comparação M/M, com a exceção sendo aprodução de bens de consumo não duráveis (queda de -0,5% M/M). O destaque dentre as categoriasque cresceram foi a produção de bens de consumo duráveis, que mostrou avanço de 4,7% M/M emmarço, recuperando-se parcialmente da queda de -7,3% M/M vista em fevereiro. Boa parte desse bomcomportamento dos bens de consumo duráveis esteve associado à produção de automóveis, que caiu -15,0% M/M em fevereiro mas subiu 7,3% M/M em março. Os outros setores dentro dessa categoria deuso não mostraram avanços tão significativos, indicando que o crescimento esteve concentrado emalguns setores. O índice de difusão, que mede o quão generalizado está o crescimento da produçãoindustrial, ficou em 48% em março, patamar mais baixo que o visto no começo do ano (78% emjaneiro).

O setor de bens de capital seguiu mostrando crescimento em março (0,7% M/M), oque fez o 1º trimestre mostrar avanço considerável nessa categoria de uso (9,1%T/T). A recuperação no setor de bens de capital está associada tanto à maiorprodução de caminhões (que havia caído muito no ano passado devido à mudançasnas regras do setor) quanto à maior produção de máquinas e equipamentos emgeral. Esse maior crescimento da produção de bens de capital como um todo é bemvindo para aumentar a taxa de crescimento tanto do PIB efetivo (a queda nos investimentos foi umadas maiores responsáveis pela frustração com o crescimento ano passado) quanto do PIB potencial (ataxa de crescimento que não acelera inflação).

Considerando-se tanto a maior produção de bens de capital na produção industrialquanto o forte resultado de importações de bens de capital, estimamos que aformação bruta de capital fixo do Brasil tenha mostrado crescimento em torno de4,0% T/T no 1º trimestre, uma aceleração em relação ao resultado do 4º trimestredo ano passado (0,5% T/T).

Outros componentes do crescimento, no entanto, não corroboram o crescimento do PIB acima de1,0% T/T no 1º trimestre. O restante da produção industrial brasileira teve desempenho dúbio, comqueda no 1º trimestre na produção de bens intermediários e de consumo. A produção industrial comoum todo teve um avanço de 0,8% T/T no 1º trimestre. Há indicativos de que o setor de serviços seexpandiu a uma taxa de 1,0% T/T e de que o setor agropecuário teve forte aceleração, porém essesnúmeros são condizentes com uma expansão de 1,0% T/T no PIB do 1º trimestre. Na ponta, e olhandopara o desempenho no futuro, os dados que já saíram em relação a serviços não são tão animadores(queda de -1,8% M/M na confiança dos serviços da FGV) e mesmo o desempenho da produçãoindustrial na margem em março não foi tão bom, com aumento abaixo do esperado e muitoconcentrado no setor de automóveis e caminhões.

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