Produção Industrial – Novembro/15

Produção Industrial – Novembro/15

Produção Industrial Novembro/2015

A produção industrial brasileira teve queda de 2,4% M/M em novembro, mais intensa que a projetada pela SulAmérica Investimentos (-0,9%) e pela mediana das expectativas do mercado (-1,0%). A variação A/A da produção industrial passou de -11,1% A/A em outubro para -12,4% A/A em novembro, o nível mais baixo desde abr/09.

A contração na indústria em novembro foi puxada pelo resultado da extração mineral, que teve queda de 10,9% M/M, influenciada pela paralisação de extração de minério de ferro devido ao desastre de uma mina em Minas Gerais. A greve dos petroleiros também teve algum impacto na produção extrativa mineral. A extração mineral foi responsável por metade da queda na variação M/M (1,2 pp), com o restante da queda decorrendo da indústria de transformação, que caiu 1,9% M/M. A surpresa em relação às expectativas foi no desempenho da indústria de transformação, com os indicadores coincidentes não apontando para uma queda tão forte assim.

Dentre as categorias de uso, houve queda em 4 dos 5 setores, com apenas a produção de bens de consumo não duráveis apresentando alta (de +0,4% M/M). As quedas mais intensas na margem foram verificadas em bens intermediários (-3,3% M/M) e bens de consumo duráveis (-3,2% M/M).

A produção industrial brasileira já acumula queda de 19,2% desde o último pico (em jun/13). A contração é mais intensa nos setores de bens de capital (40%) e bens de consumo duráveis (39%), que são mais afetados pela confiança e juros. Os insumos típicos de construção civil, afetados pela crise no setor, também têm queda intensa, de 25% nesse período. Os outros setores também apresentam quedas consideráveis, mas menores, de 8,2% para bens de consumo não duráveis e 13,9% para bens intermediários.

A produção industrial deve seguir em queda em dezembro, mas a expectativa é de que a intensidade da contração seja menor que a vista em janeiro, uma vez que o desastre de Mariana já teve seu impacto calculado no índice de novembro e a produção petroleira foi retomada em dezembro. O setor manufatureiro deve seguir em queda, mas os indicadores de confiança mostram uma menor intensidade nessa queda, já estando em patamares bem deprimidos. A produção industrial deve cair cerca de 8,3% em 2015 como um todo, e o carregamento estatístico para 2016 deve ser de -6,3% (ou seja, se a variação na margem for zero ao longo de todo 2016, essa deve ser a variação do ano). Para 2016, a expectativa da SulAmérica Investimentos é de queda adicional na margem, pelo menos no primeiro semestre, fazendo o ano todo ter queda de 8,8%.

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