Produção Industrial – Outubro/2012

Produção Industrial – Outubro/2012

Produção Industrial – outubro

04/12/12

A produção industrial brasileira em outubro teve alta de 0,9% M/M, vindo próxima da projeção da SulAmérica Investimentos (1,0% M/M) e um pouco abaixo da mediana das projeções de mercado (1,2% M/M). O mês anterior passou por uma revisão para cima, com a queda de -1,0% M/M que havia sido divulgada anteriormente sendo revista para uma contração de apenas -0,6% M/M. Em relação ao mesmo mês do ano anterior a produção industrial em outubro mostrou alta, de 2,3% A/A (novamente mais próxima da projeção da SulAmérica Investimentos, 2,2% A/A, do que da mediana do mercado, 2,5% A/A), sendo essa a primeira variação positiva nessa comparação desde ago/11. O índice desssazonalizado da produção industrial voltou ao patamar de dez/11, se recuperando das quedas vistas até maio desse ano.

A alta na produção industrial em outubro ocorreu apenas em alguns setores, com destaque para a produção de bens de consumo duráveis e bens intermediários. O índice de difusão (que mede quantos setores tiveram alta no mês) ficou estável em patamar baixo em outubro, de 48%, igual ao valor visto em setembro e abaixo do valor visto em agosto (70%, quando houve alta generalizada na produção industrial). O índice de difusão ficava entre 50% e 70% em épocas de crescimento industrial mais sustentado, como no período de 2006-2008 e na recuperação da segunda metade de 2009 e começo de 2010.

Os itens relacionados a transportes, tanto em bens de consumo duráveis (automóveis) quanto em bens de capital (caminhões basicamente) tiveram alta em outubro, mostrando que são setores que estão reagindo aos estímulos gerais (taxas de juros, política fiscal) e setoriais (isenções específicas de impostos e taxas subsidiadas para caminhões).

O comportamento da produção de bens de capital e de bens de consumo duráveis sem contar transportes não é tão bom. Os dois também cresceram em outubro em relação ao mês anterior, porém em ritmo mais lento: a produção de bens de capital ligados a transporte subiu 4,5% M/M, enquanto a produção de outros bens de capital subiu apenas 1,0% M/M. O mesmo ocorreu nos bens duráveis, em que a produção de automóveis subiu 3,5% M/M, enquanto a produção de bens duráveis não ligados a transporte ou automóveis subiu 2,0% M/M. Esse ritmo de crescimento menor nos bens de capital, em especial, pode resultar num problema para o crescimento brasileiro adiante, pois é necessário que essa taxa de crescimento seja superior à média do restante da economia (e da produção industrial) para que a capacidade instalada cresça também mais que a demanda, de forma a não resultar em pressões inflacionárias ou em limite físico para o crescimento. O menor ritmo de crescimento no restante da produção (em especial a queda nos bens intermediários) mostra que a própria recuperação na indústria pode ser posta em cheque quando os incentivos setoriais forem retirados.

A produção industrial em outubro, dessa forma, mostrou crescimento dentro do esperado. A indústria está reagindo aos estímulos dados pelo governo de forma próxima à esperada, sendo que o PIB industrial do 3º trimestre não surpreendeu. A fonte de surpresas negativas naquele momento foi o comportamento dos serviços. A produção industrial nos próximos meses deve seguir com taxas de crescimento positivas, sendo que a volta do crescimento na margem da produção industrial é uma boa notícia. O problema é que a taxa de crescimento da produção de bens de capital ainda é mais baixa que a média, o que não configura um cenário de recuperação sustentada da economia. A produção industrial em 2012 deve mostrar variação negativa na comparação com 2011 (-2,4%), porém em 2013 essa variação deve voltar a ficar positiva (2,0%).

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