Produção Industrial – Setembro/15

Produção Industrial – Setembro/15

A produção industrial brasileira teve queda de 1,3% M/M em setembro no dado dessazonalizado, número próximo da projeção da SulAmérica Investimentos (-1,4% M/M) e da mediana das expectativas do mercado (-1,5%). Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a queda foi de 10,9% A/A. Nos primeiros 09 meses do ano a queda acumulada é de 6,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, e a queda em 12 meses é de 5,7%.

Dentre as categorias de uso, houve alta em duas deles na variação mensal dessazonalizada (1,0% M/M na produção de bens de capital e 0,5% M/M na produção de bens de consumo não duráveis). Por outro lado, a queda na produção de bens intermediários foi de 1,3% M/M e de bens de consumo duráveis foi de 6,3% M/M, com queda forte na produção de automóveis.

A indústria em setembro seguiu com desempenhos bem diferentes entre a produção manufatureira (-1,5% M/M) e a extração mineral (+1,0% M/M). Mas, mesmo o crescimento da extração está ficando menor na comparação A/A (passou de 3,3% A/A para 2,5% A/A) e deve seguir desacelerando, a medida em que a queda nos investimentos nesse setor começam a surtir efeito.

A produção industrial brasileira deve seguir contraindo nos próximos meses. Em outubro, em especial, a greve dos petroleiros deve impactar a produção extrativa mineral de forma significativa. Mas os outros fatores por detrás da queda da produção industrial ainda seguem exercendo efeito, como a alta nos juros de mercado e a baixa confiança industrial (que, mesmo subindo levemente em outubro, ainda está no seu pior patamar histórico). Ainda deve demorar para a produção industrial sentir os efeitos da depreciação cambial, que deve ajudar a produção manufatureira a ter quedas menores no futuro. Para o ano de 2015, a expectativa da SulAmérica Investimentos é de queda de 8% na produção industrial em relação ao ano anterior.