Vendas no Varejo – julho de 2014

Vendas no Varejo – julho de 2014

Vendas no Varejo – julho de 2014

As vendas no varejo no Brasil tiveram mais uma queda no mês de maio, recuando -1,1% M/M na comparação da série ajustada sazonalmente. Essa queda veio contra a expectativa da maioria do mercado (+0,5% M/M), sendo também mais intensa que a projeção da SulAmérica Investimentos, que era de queda, mas de -0,6% M/M. A variação interanual veio mais próxima da expectativa da SulAmérica Investimentos (-0,9% A/A contra projeção de -1,0% A/A).

O comércio varejista de julho mostra um cenário de consumo das famílias muito fraco ao longo do ano de 2014. Nos últimos 8 meses houve crescimento em apenas um deles (jan/14, +0,4% M/M), sendo que houve queda em 5 deles. A queda nas vendas no varejo em julho é a mais intensa desde out/08, em que também houve queda de -1,1% M/M.

A Copa do Mundo contribuiu para a queda considerável das vendas no varejo em junho e julho (-0,7% M/M e -1,0% M/M, respectivamente). Muitas cidades sede da copa decretaram feriados nos dias de jogos, com efeitos sobre as vendas do comércio. Além disso, a paralisação durante jogos da seleção brasileira afetaram quase o Brasil todo. Deve-se ressaltar, no entanto, que a Copa do Mundo apenas intensificou um processo de queda que já estava sendo verificado antes. Boa parte da queda das vendas no varejo nos últimos 8 meses está relacionada à queda da confiança dos consumidores e à menor taxa de crescimento da massa salarial.

Nos setores, cabe destacar quedas fortes nas vendas de supermercados, hipermercados, prod. alimentícios, bebidas e fumo (-1,3% M/M) e móveis e eletrodomésticos (-4,1% M/M, após já ter caído -4,0% M/M em junho). No caso de supermercados, esse foi o grande responsável pela divergência do dado efetivo com o projetado pela maioria do mercado, uma vez que o dado de vendas da Abras (associação brasileira de supermercados) haviam mostrado crescimento em julho. A queda em julho nesse dado deve estar relacionada ao menor crescimento da massa salarial. Já a queda das vendas de móveis e eletrodomésticos está relacionada à queda da confiança do consumidor.

As vendas no varejo ampliado subiram em julho (0,8% M/M), indo na contramão do varejo restrito. Tanto as vendas de automóveis quanto as de material de construção mostraram recuperação parcial da queda vista nos meses anteriores. Ainda assim, deve-se frisar, a taxa de crescimento em 12 meses do comércio ampliado está bem mais baixa (1,1%) do que a do comércio restrito (4,3%).

Os próximos meses devem mostrar alguma recuperação nas vendas no varejo, porém a taxa de crescimento deve ser moderada. Para o ano de 2014 como um todo, a projeção da SulAmérica Investimentos para as vendas no varejo diminuiu para 1,5%.

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