As vendas no varejo no Brasil em maio tiveram queda de -1,0% M/M no índice dessazonalizado, um número que destoou bastante da projeção da SulAmérica Investimentos (+0,3% M/M) e da mediana das projeções do mercado (+0,4% M/M). Em relação ao mesmo mês do ano anterior houve queda de -9,0% A/A, a mais intensa desde janeiro (quando foi -10,6% A/A).

Houve queda em 6 dos 8 grupos que compõem o varejo restrito, com as exceções sendo Vestuário e calçados (1,5% M/M) e Supermercados, hipermercados, alimentos, bebidas e fumo (0,0% M/M). As vendas de Artigos farmacêuticos seguiram em queda (-0,8% M/M em maio), devido ao aumento dos preços que se concentrou em abril e maio e à antecipação dos consumidores (que tentaram criar estoques antes desse aumento de preços). As vendas de combustíveis surpreenderam para baixo, com queda de -0,4% M/M no volume vendido, mesmo com a queda de preços de etanol e gasolina no mês. Houve quedas fortes também nas vendas de bens duráveis (-1,3% M/M para móveis e eletrodomésticos e -2,0% M/M para material para escritório e equipamentos de comunicação).

O varejo ampliado teve queda menos intensa que o restrito (-0,4% M/M). O setor de veículos teve alta no volume de vendas de 1,0% M/M em maio, o que ajudou a diminuir a intensidade da queda do varejo ampliado em relação ao restrito. As vendas de material de construção tiveram quedas de -0,4% M/M.

Apesar da surpresa negativa em maio, a expectativa de arrefecimento das quedas nas vendas no varejo não foi alterada, apenas postergada. A tendência segue sendo de estabilização das vendas no varejo no 3º trimestre e ligeira recuperação no final do ano. Para o ano de 2016 a expectativa da SulAmérica Investimentos é de queda de -5,7% no volume de vendas.