Vendas no Varejo – Outubro/16

Vendas no Varejo – Outubro 2016

As vendas no varejo em outubro tiveram queda de -0,8% M/M, igual à mediana das projeções do mercado (-0,8%) e mais intensa que a expectativa da SulAmérica Investimentos (-0,2%). Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a queda ficou em -8,2% A/A, a mais intensa desde maio (quando foi -9,0% A/A). As vendas no varejo acumuladas no ano têm queda de -6,7%, enquanto a variação em 12 meses está em -6,8%.

A contração das vendas no varejo em outubro foi concentrada em alguns grupos. Dos oito grupos do varejo restrito, quatro tiveram queda, sendo que duas quedas foram bastante intensas (Combustíveis, com recuo de -1,7% M/M, e Material para escritório e comunicação, com queda de -1,5% M/M). O grupo Artigos farmacêuticos recuou -0,1% M/M, enquanto o grupo Supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo caiu -0,6% M/M. Os outros quatro grupos tiveram pequenas altas ou pelo menos estabilidade (no caso de Móveis e eletrodomésticos).

As vendas no varejo ampliado tiveram queda menos intensa que a esperada, com recuo de -0,4% M/M contra expectativa de -1,0% M/M. Isso ocorreu apesar da queda das vendas de Material de construção ser bem intensa em outubro (-4,0% M/M). O responsável pela queda menor no comércio ampliado foi a venda de Veículos, motos, partes e peças, que teve recuo de -0,3% M/M em outubro.

As vendas no varejo tiveram queda pelo quarto mês consecutivo em outubro, acumulando recuo de -3,2% no período. A variação trimestral das vendas no varejo ficou ainda maias negativa entre setembro e outubro, passando de -1,7% T/T para -2,1% T/T, o pior nível desde o primeiro trimestre de 2016.

A queda no volume vendido desde o último pico, em novembro de 2014, já é de -14,8%. O ritmo de queda por mês nesse período (entre nov/14 e out/16) é de -0,69%, um pouco maior do que o visto na recessão de 2002-2003, quando foi de -0,63%. A recessão de 2002-2003, no entanto, durou apenas 12 meses nas vendas no varejo, contra os atuais 23 meses. A contração nas vendas no varejo deve prosseguir nos próximos meses, devido ao aumento do desemprego, queda da renda real do trabalho e contração do crédito. Para o ano de 2016 a expectativa da SulAmérica Investimentos é de recuo de -6,8% nas vendas no varejo.