Retail sales in February were surprising, with a drop in sales volume (-0.4% M/M), while the market’s expectation median was an increase of 1.5% M/M.*

Retail sales in February were surprising, with a drop in sales volume (-0.4% M/M), while the market’s expectation median was an increase of 1.5% M/M.*

Comércio varejista – fevereiro

11/04/13

As vendas no varejo em fevereiro tiveram comportamento surpreendente, com queda no volume de vendas (-0,4% M/M), enquanto a mediana de expectativas do mercado era de alta de 1,5% M/M e a projeção da SulAmérica Investimentos de alta de 0,6% M/M. A taxa de crescimento em relação ao mesmo mês do ano anterior ficou em -0,3% A/A, a primeira vez que esse número fica negativo desde Nov/03.

A maior parte dos setores do comércio restrito teve variação negativa em fevereiro. Dentre os diversos setores, cabe destacar a menor taxa de crescimento ao longo dos últimos meses das vendas de produtos duráveis e de alimentos. Boa parte da desaceleração das vendas no varejo pode ser creditada ao menor crescimento da renda real dos consumidores, que, nos últimos meses, decorre das surpresas inflacionárias. A inflação está mais elevada, o que corrói o poder de compra das famílias. A inflação de alimentos está especialmente alta, o que faz as vendas de supermercados e hipermercados (o setor que tem mais peso dentro do comércio varejista) terem variações negativas M/M nos últimos meses. Isso decorre tanto da mudança de preços relativos (preços de outros produtos ficando relativamente menos caros) quanto do fato de que os gastos com alimentação compõem uma fatia maior do orçamento das famílias mais pobres, que determinam a maior parte do crescimento do consumo.

As vendas de bens duráveis (como móveis, eletrodomésticos e computadores) também estão crescendo menos ou até mesmo recuando nos últimos meses devido aos piores preços relativos. O aumento de preço relativo é resultado do fim da isenção do IPI sobre certos itens e do aumento dos custos de importação com a equalização das taxas de ICMS nos portos e desvalorização cambial. As taxas de crescimento podem desacelerar menos no futuro, devido à prorrogação do IPI nas taxas atuais até o fim do ano. No entanto, a tendência de taxas de crescimento menores do que nos anos anteriores deve ainda se consolidar.

As vendas do varejo em fevereiro surpreenderam negativamente, porém é difícil extrapolar as variações negativas vistas nesse mês para os próximos. Como dito em relatório anteriores, para o ano de 2013 as vendas no varejo devem seguir mostrando crescimento, porém mais fraco de forma geral devido ao menor aumento nominal do salário mínimo (9% nesse ano contra 14% no ano passado) e à inflação mais elevada (em especial para as classes de menor renda). As vendas no varejo devem apresentar crescimento real de 5,0% em 2013, menor do que o visto no ano anterior (8,4%), porém ainda maior que o projetado para a produção industrial (3,0%).

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