Brazilian institutional investors who are used to high interest rates practically do not invest in international assets, in opposition to other countries, including Latin American economies.*

Brazilian institutional investors who are used to high interest rates practically do not invest in international assets, in opposition to other countries, including Latin American economies.*

Pequeno Demais

Acostumados com as taxas de juros elevadas os investidores institucionais brasileiros praticamente não investem os recursos em ativos internacionais, ao contrário de outros países, inclusive latinos americanos, como o Chile. Na verdade, não há, ou pelo menos não havia, a necessidade de incorrer em riscos desconhecidos se os títulos públicos federais proporcionavam um investimento "seguro" e com um ótimo retorno. No entanto, este período de bonança parece ter ficado para trás, apesar da expectativa de aumento da taxa de juros no curto/médio prazo.

Cada vez mais, para buscar retornos mais elevados, será necessário assumir mais riscos. Neste processo será muito importante levar em consideração dois aspectos fundamentais de investimento que para alguns estavam um tanto enferrujados: a diversificação e a análise mais ampla e profunda dos investimentos de risco.

O primeiro passo, por sinal muito bem dado por diversos investidores institucionais, foi a incursão no mercado acionário através de fundos de prazos mais estendidos e de aspectos da filosofia de investimento chamada value investing, saindo assim da necessidade de investir em fundos triviais e indexados aos tradicionais índices bursáteis do mercado brasileiro. O compromisso passou a ser com retorno absoluto de longo prazo através de investimento em empresas bem fundamentadas, com boas perspectivas de resultados e bem geridas.

O segundo passo foi o investimento em private equity. Apesar de mais comedido, em média, tais fundos apresentaram bons resultados, principalmente aqueles cuja gestão soube aproveitar o bom desempenho do consumo doméstico e do crescimento do setor de serviços.

Acredito que a terceira alternativa será a incursão no mercado internacional, ainda extremamente incipiente para os investidores brasileiros, apesar da legislação permitir tal investimento desde 2009. Abre-se assim um leque extremamente amplo, mas também desafiador devido a possibilidade de navegar por mares ainda não muito explorados pelos institucionais brasileiros.

Apesar da taxa básica de juros estar em patamares mais baixos, ainda é bem elevada se comparada aos parâmetros internacionais. Portanto, só fará sentido investir offshore se apostar em produtos com maior valor agregado e, desta forma, faz-se necessário o estudo mais aprofundado destes investimentos.

Para se ter uma noção das alternativas estrangeiras de investimentos não precisa muita sofisticação, basta observarmos os retornos nos últimos dois anos e meio do S&P versus o retorno do Ibovespa para o mesmo período: é uma "lavada" de 50% contra 14% negativos, apesar de muitos ainda acharem que pelo fato da correlação entre os mercados ser elevada (ou foi no passado), não é uma boa alternativa de diversificação. No entanto, como os mercados são dinâmicos e tais divergências se ajustam ao longo do tempo é necessário cada vez mais um estudo mais aprofundado das reais alternativas.

Outra consideração importante foi a lição aprendida em 2008, quando ocorreu uma crise global sem precedentes, em que o risco sistêmico fez com que a diversificação perdesse seu efeito e os mercados caíssem de forma genérica ao redor do mundo. Apesar destes percalços, os resultados de um portfólio bem diversificado são muito grandes tanto do ponto de vista do risco quanto do retorno de longo prazo.

Redator: Leopoldo Barreto

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