Brazil’s GDP in 1Q13 grew by 0.55% T/T in the seasonal adjustment; an increase of 0.9% T/T was expected.

Brazil’s GDP in 1Q13 grew by 0.55% T/T in the seasonal adjustment; an increase of 0.9% T/T was expected.

PIB – 1º trimestre de 2013

29/05/13

O produto interno bruto (PIB) do 1º trimestre de 2013 no Brasil mostrou crescimento de 0,55% T/T na série dessazonalizada, sendo que era esperado um crescimento de 0,9% T/T. Esse já é o 5º trimestre consecutivo em que o crescimento do PIB fica abaixo da mediana das expectativas do mercado (o último trimestre que surpreendeu positivamente, de forma leve, foi o 4º trimestre de 2011, em que o crescimento foi de 0,3% T/T contra expectativa de 0,2% T/T). Além do patamar de crescimento abaixo do esperado, é importante destacar que houve desaceleração em relação à taxa de crescimento vista no trimestre anterior, que era de 0,64% T/T.

O setor agropecuário teve forte contribuição positiva para o PIB no 1º trimestre de 2013, com variação dessazonalizada de 9,7% T/T. Pelo lado da oferta, os outros setores da economia decepcionaram no período. Os serviços mostraram desaceleração (de 0,7% T/T no 4º trimestre para 0,5% T/T no 1º trimestre, sendo que era esperado crescimento de 1,0% T/T), enquanto a indústria apresentou queda (variação de -0,3% T/T no 1º trimestre, sendo que era esperado crescimento de 0,8% T/T e no trimestre anterior havia ocorrido estabilidade). É importante destacar que, sem a agropecuária, a desaceleração do PIB teria sido maior. O PIB sem agropecuária mostrou desaceleração de 0,5% T/T no 4º trimestre para 0,3% T/T no 1º trimestre. Na comparação A/A, o PIB sem agropecuária também mostrou crescimento menor no 1º trimestre do que no 4º trimestre, ao contrário do que ocorreu com o PIB geral.

Do lado da demanda, a demanda interna brasileira seguiu apresentando crescimento razoável no 1º trimestre, mas também mostrou desaceleração em relação ao trimestre anterior. A soma dos gastos com consumo das famílias, consumo do governo e investimento cresceu, de forma anualizada, 3,5% no 1º trimestre, contra 3,9% no trimestre anterior. Esse ainda é um desempenho bem melhor que o visto desde o começo de 2011, que esteve em média em torno de 2,2%, mas é muito pior que o visto nos períodos anteriores (antes da crise de 2008 e na recuperação que ocorreu entre 2009 e 2010).

Dentro da demanda doméstica houve uma mudança na composição do crescimento no 1º trimestre. De forma surpreendente, o consumo das famílias teve variação próxima de zero (0,06% T/T) no 1º trimestre, sendo que no 4º trimestre ele havia mostrado variação de 0,97% T/T. O consumo do governo também mostrou estabilidade na margem. O crescimento da demanda interna se deu quase que integralmente no investimento (4,6% T/T). Essa composição do crescimento da demanda interna é muito diferente da que vinha ocorrendo no ano de 2012, no qual o crescimento mostrou queda em quase todos os trimestres e a demanda interna cresceu baseada no consumo das famílias.

Em relação aos outros componentes do PIB, houve movimentos de grande magnitude tanto na variação dos estoques quanto na demanda externa. A variação dos estoques, que havia sido fortemente negativa no 4º trimestre de 2012, ficou positiva no 1º trimestre de 2013 (ou seja, houve acúmulo de estoques no Brasil no período). A contribuição da demanda externa (diferença entre exportações e importações) para o PIB foi bastante negativa no 1º trimestre de 2013, sendo resultado de uma queda de 6,4% T/T nas exportações e um aumento de 6,3% T/T nas importações (sendo que essas já haviam subido 8,4% T/T no trimestre anterior). Isso significa que uma parte ainda maior do crescimento da demanda interna (que, como dito anteriormente, arrefeceu de um trimestre para outro) foi absorvida por importações. Uma parte da piora do setor externo e do acúmulo de estoques pode ser explicada pelo aumento da importação de combustíveis para abastecer as usinas termoelétricas. A queda nas exportações está relacionada à piora nos termos de troca brasileiros e à perda de competitividade de diversos setores.

A taxa de investimento no Brasil no 1º trimestre ficou em 18,4% do PIB, inferior à vista no 1º trimestre de 2012 (18,7%). Considerando-se a média de 4 trimestres, a taxa de investimento apresentou leve recuo, de 18,14% para 18,09%. A taxa de poupança brasileira ficou em 14,1% no 1º trimestre de 2013, inferior à vista no mesmo período de 2012 (15,7%). A queda mais forte na taxa de poupança do que na taxa de investimento tem se refletido na piora do saldo de transações correntes do Brasil.

A surpresa negativa com o PIB do 1º trimestre fez a SulAmérica Investimentos rever a sua expectativa para o crescimento do PIB deste ano, de 2,8% para algo em torno de 2,4%. A variação do PIB nos próximos trimestres não deve contar com a contribuição tão positiva da variação de estoques, sendo que a demanda externa ainda deve contribuir de forma negativa, devido à baixa competitividade e ao menor crescimento de parceiros comerciais importantes (China e Zona do Euro). A estagnação do consumo das famílias não deve se repetir nos próximos trimestres, porém é possível que haja uma desaceleração considerável no seu crescimento. A massa de rendas deve apresentar crescimento menor nesse ano em relação aos anteriores e o crédito também mostra sinais de crescimento menor. Os investimentos poderiam ser o componente do PIB que mais mostraria crescimento (com os juros reais ainda baixos e diversos programas de concessões do governo), porém a baixa confiança dos empresários nos indicadores até agora conhecidos não corroboram um cenário de retomada forte e consistente dos investimentos.

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