Brazil’s gross domestic product (GDP) in 4Q12 grew by 0.6% T/T in the series free from seasonal effects, below the growth expected of 0.8% T/T.*

Brazil’s gross domestic product (GDP) in 4Q12 grew by 0.6% T/T in the series free from seasonal effects, below the growth expected of 0.8% T/T.*

PIB – 4º tri de 2012

01/03/13

O produto interno bruto (PIB) do 4º trimestre de 2012 no Brasil mostrou crescimento de 0,6% T/T na série dessazonalizada, sendo que era esperado um crescimento de 0,8% T/T. Além do crescimento bem abaixo do esperado, houve uma revisão para baixo nos dados anteriores, com o crescimento do 2º trimestre sendo rebaixado de 0,6% T/T para 0,4% T/T. A trajetória de recuperação segue o formato esperado, com uma taxa de variação que aumenta a cada trimestre, porém a velocidade dessa recuperação está frustrando a expectativa dos analistas, sendo mais fraca que a esperada. No ano de 2012 o PIB avançou 0,9%, o menor crescimento desde 2009 (-0,3%) e bem menor que o visto no ano anterior (2,7%), que já era um ano de crescimento fraco.

Do lado da oferta, a agropecuária segue tendo resultados negativos, com variação de -5,2% T/T. A série é bem volátil, sendo afetada bastante por questões climáticas. Mesmo assim, pode-se dizer que ela foi um dos setores que mais decepcionou ao longo de 2012, com crescimento negativo de -2,3% contra 2011. A safra ruim de 2012 foi um dos fatores responsáveis pela aceleração da inflação de alimentos no período. Para 2013 a expectativa em relação a esse setor é mais positiva, de acordo com as projeções do IBGE e da Conab.

A indústria foi outro setor que decepcionou ao longo de 2012, com variações negativas em diversos trimestres e no ano como um todo (-1,1% em 2012 contra 1,6% em 2011). Na margem a indústria teve crescimento de 0,4% T/T no 4º trimestre, mais fraco que o visto no 3º trimestre (0,8% T/T) em especial devido ao desempenho ruim da manufatura (-0,5% T/T) e da construção civil (-0,5% T/T). A indústria em 2013 deve também ter um crescimento maior que o visto em 2012, com indicadores coincidentes da produção industrial física indicando que o mês de janeiro teve avanço considerável. A taxa de câmbio mais desvalorizada e o crédito mais barato devem ajudar a indústria a ter uma ligeira recuperação em 2013.

O setor de serviços, ao contrário dos outros dois, acelerou sua taxa de crescimento no 4º trimestre, de 0,0% T/T para 1,0% T/T. Dos três setores que compõem a oferta, o de serviços foi o único que apresentou crescimento em 2012 (de 1,7%, mais baixo que o de 2011, de 2,7%).

Do lado da demanda, o destaque foi o investimento, que após 4 trimestres de contração, finalmente mostrou uma variação positiva no 4º trimestre de 2012 (de 0,5% T/T). O desempenho negativo do investimento ao longo do ano foi um dos responsáveis pela frustração com o crescimento em 2012. Ele demorou mais do que era esperado para responder aos incentivos dados pelo governo. Ainda assim, mesmo com o crescimento no final do ano, o nível de investimento segue baixo e a taxa de investimento em 2012 foi de 18,1% do PIB, nível mais baixo que o visto nos dois anos anteriores.

O crescimento do consumo das famílias desacelerou em 2012 em relação a 2011, de 4,1% para 3,1%. Na ponta, no entanto, a taxa de crescimento mostrou ligeira aceleração, de 1,0% T/T para 1,2% T/T. O consumo do governo cresceu mais em 2012 (3,2%) do que em 2011 (1,9%), mostrando a política fiscal expansionista do governo. A demanda interna como um todo mostrou taxa de expansão maior no 4º trimestre, de 4,0% anualizada, bem diferente da média visto no governo Dilma até agora (de 2,0%).

Se a demanda doméstica seguir crescendo a uma taxa mais forte, como visto no 4º trimestre, o crescimento do PIB em 2013 pode ser maior que o de 2012. No entanto, ainda assim não se deve esperar uma taxa de crescimento próxima da vista no final do governo Lula. Uma taxa muito maior do que 3,0% é improvável, dado que o setor externo deve contribuir negativamente em 2013 (algo que ele não fez em 2012), uma vez que aumento do crescimento interno do Brasil costuma resultar em aumento mais do que proporcional das importações. Além disso, os principais parceiros comerciais do Brasil não devem mostrar crescimento muito forte em 2013 (China, EUA).

Em relação ao hiato do produto, o resultado fraco do 4º trimestre e a revisão para baixo dos trimestres anteriores significa que a diferença entre produto efetivo e potencial ficou ainda maior e mais negativa no cálculo feito através do filtro Hodrick-Prescott. No entanto, a expectativa de que o crescimento T/T do PIB siga acelerando significa que o hiato do produto, nessa forma de cálculo, deve começar a ficar menos negativa a partir do 1º trimestre de 2013. Outras formas de calcular o hiato do produto mostram uma ociosidade bem menor nos fatores de produção (em especial o cálculo através da função de produção, que leva em conta a baixa taxa de desemprego). O Banco Central parece ter percebido que parte da frustração do crescimento no ano passado se deveu a fatores relacionados à oferta, de acordo com o comunicado e a ata do COPOM. Dessa forma, o hiato do produto que o Banco Central deve estar observando deve ser menos negativo que o visto através do filtro HP, levando em conta uma taxa de crescimento do produto potencial até mais baixa que a vista nesse filtro (0,7% T/T nos últimos dados).

A expectativa que a SulAmérica Investimentos é de que o crescimento do PIB siga acelerando ao longo de 2013, com a demanda interna respondendo aos incentivos dados pelo governo para aumentar o crescimento (crédito, taxa de juros mais baixa, política fiscal mais expansionista). Houve uma mudança no carry-over do PIB, que é o quanto o PIB de 2013 cresceria caso não houvesse avanço algum na margem (isso também é chamado de carregamento estatístico). Essa mudança decorre das revisões feitas nos dados anteriores e do crescimento mais baixo que o esperado no 4º trimestre. Dessa forma, caso o PIB não avançasse nada na margem, era esperado que o PIB de 2013 ainda assim tivesse um crescimento de 0,9%. Agora, esse carregamento estatístico é de 0,6%. Foi essa mudança no carry-over que fez a projeção do crescimento da SulAmérica Investimentos diminuir de 3,1% para 2,8%.

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