Domestic and international financial markets are going through a very peculiar situation, especially caused by doubts concerning the monetary stimulus measures promoted by Federal Reserve.*

Domestic and international financial markets are going through a very peculiar situation, especially caused by doubts concerning the monetary stimulus measures promoted by Federal Reserve.*

Panorama do Mercado Local

Junho 2013

Os mercados financeiros local e internacional estão passando por um momento bastante particular, ocasionado especialmente por questionamentos sobre as medidas de estímulos monetários promovidas pelo Banco Central americano, o Federal Reserve. Essencialmente, após cerca de 4 anos promovendo maciças compras de títulos do Tesouro Americano e de recebíveis imobiliários, num montante de aproximado USD 2.3 trilhões (equivalente a 20% do PIB americano), e de reduzir a taxa de juros para o intervalo entre 0% a 0,25% a.a., os membros do Fed têm discutido abertamente sobre a redução dos estímulos monetários, dada a melhora da atividade econômica americana (queda da taxa de desemprego de 10% para 7,6% e crescimento do PIB ao redor de 2,5% a.a.). Entretanto, apesar da melhora da economia, há muitas dúvidas quanto à manutenção do ritmo de atividade, num contexto de redução/retirada de tais estímulos. A taxa de desemprego da ordem de 6.5% seria considerada o patamar “ideal” para se iniciar um movimento de retirada de liquidez, de acordo com o próprio Fed. O estímulo monetário que o Fed vem promovendo, iniciou-se no final de 2008, e nos parece razoável apostar que o processo de redução/retirada também se dará num prazo razoavelmente longo.

A reação dos ativos financeiros frente a estas discussões foi, resumidamente: elevação dos juros das Treasuries americanas, impactando de forma significativa os juros locais da maioria dos países, fortalecimento do USD contra as moedas de países emergentes, e queda generalizada das bolsas.

No Brasil, especificamente, os movimentos dos ativos se deram de forma bastante acentuada:

Baixo crescimento econômico, inflação elevada, aumento do déficit em transações correntes e deterioração fiscal (menor superávit primário) ajudam a explicar tal movimento, embora não seja uma situação nova, ou catalisadora para este momento em particular.

Neste contexto, vale destacar o desempenho dos juros locais em relação a alguns outros países, incluindo os Estados Unidos. No gráfico a seguir, é clara a forte deterioração relativa dos juros locais, atingindo patamares muito além do razoável, em nossa opinião. Adicionalmente, as projeções médias de alta da taxa Selic do mercado já projetam patamares acima de 11%a.a., chegando a 12% a.a. em 2020.

Fonte: Bloomberg

Com relação ao Real, o movimento da moeda está em linha com as demais moedas de emergentes/commodities:

Fonte: Bloomberg – Período de 3 meses até 11/06/2013. Base: Dólar

Quanto as ações locais, em Dólar, o Ibovespa está entre os piores desempenhos do ano, com queda de 21%. As decepções com o crescimento econômico, inflação elevada, aperto monetário e a forma de atuação pouco ortodoxa do governo, mantém um viés negativo para o mercado. Mesmo assim, o crescimento dos lucros das empresas, em 2013, será melhor que 2012, e a economia, a despeito do viés de baixa para a atividade, crescerá mais que nos anos anteriores. Desta forma, mantemos a visão de alguma recuperação ao longo deste ano.

Fonte: Bloomberg – 2013 até 11/06/2013. Base: Dólar

Conclusão

Os dados econômicos moderados tanto internamente quanto externamente não sancionam uma elevação significativa da taxa Selic, como projetado na curva de juros. Ou seja, nos parece que há muito valor nos títulos prefixados e de juros reais, o que parece uma oportunidade para novas alocações. Por outro lado, a volatilidade do mercado e a incerteza em relação ao tamanho do movimento sugerem cautela e alocações graduais.

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